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Número de mortos em ataques em Teerã sobe para 13, diz emissora

Mohammad Hossein Zolfaghari, vice-ministro do Interior do Irã, disse à emissora estatal IRIB que 43 pessoas ficaram feridas

Teerã: Mohammad Hossein Zolfaghari disse que 43 pessoas ficaram feridas (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Teerã: Mohammad Hossein Zolfaghari disse que 43 pessoas ficaram feridas (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 7 de junho de 2017 às 18h45.

Última atualização em 7 de junho de 2017 às 21h18.

O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, minimizou o impacto dos primeiros atentados do Estado Islâmico em Teerã que deixaram 13 mortos nesta quarta-feira, ao mesmo tempo em que o presidente americano, Donald Trump, afirmou que "quem apoia o terrorismo se expõe a ser sua vítima".

Homens armados e suicidas atacaram nesta quarta-feira o Parlamento e o mausoléu do aiatolá Khomeini, provocando ao menos 13 mortos e 46 feridos.

À noite, em uma primeira reação oficial, o presidente iraniano, Hassan Rohani, clamou pela "unidade e cooperação regional e internacional" contra o terrorismo, em um comunicado publicado na página da Presidência na internet.

Segundo ele, "aqueles que desejam mal ao Irã (...) recrutaram elementos reacionários e takfiris (nome dado no Irã aos grupos extremistas islâmicos) para tentar esconder seus fracassos regionais e fazer esquecer o descontentamento em sua própria sociedade".

Ele, no entanto, não citou os Estados Unidos e a Arábia Saudita, como fez mais cedo a Guarda Revolucionária, o exército de elite do regime, que denunciou o "envolvimento" desses dois países nos atentados.

Por sua vez, o guia supremo Ali Khamenei garantiu que estes ataques não terão nenhum efeito na determinação do povo iraniano, durante recepção de estudantes em Teerã, segundo sua página na internet.

Desde Washington, Trump disse em um breve comunicado que reza pelas "vítimas inocentes" dos ataques, mas comentou que "os Estados que apoiam o terrorismo se arriscam a se tornar vítimas do mal que promovem".

Os atentados cometidos de modo quase simultâneo contra dois locais altamente simbólicos não têm precedentes na capital iraniana. Eles deixaram 13 mortos, segundo um balanço atualizado pela agência Isna, e ao menos 46 feridos.

Os ataques demoraram várias horas, mas as forças da ordem controlaram a situação, informou o ministério do Interior, segundo o qual os seis atacantes morreram.

O primeiro grupo, que atacou o mausoléu, "era composto de duas pessoas: a primeira, que se fez explodir nos jardins do mausoléu, e a segunda foi abatida pelas forças de ordem", acrescentou.

Segundo o Parlamento, foram quatro os atacantes que alvejaram o Parlamento. Dois se imolaram e outros dois foram abatidos pelas forças de segurança.

Os atacantes do Parlamento tinham entre "20 e 25 anos", declarou à agência Fars Mohamad Hosein Nejat, chefe adjunto dos serviços de Inteligência dos Guardiões da Revolução.

Vingança

Os Guardiões da Revolução acusaram em um comunicado os Estados Unidos e a Arábia Saudita de envolvimento nos atentados em Teerã, considerando que a "ação terrorista após o encontro do presidente dos Estados Unidos com o chefe de um dos governos reacionários da região, que sempre apoiou os terroristas, é repleta de significado e a reivindicação pelo Daesh (grupo Estado Islâmico) mostra que estão envolvidos".

"A Guarda Revolucionária sempre provou que jamais deixa de vingar o sangue de inocentes", ressalta o comunicado do exército de elite.

Os atacantes que irromperam no Parlamento estavam vestidos de mulher, segundo o vice-ministro do Interior, Hossein Zolfagari.

Esta foi a primeira vez que o EI comete atentados em Teerã, onde os últimos ataques aconteceram nos anos 2000, executados em sua maioria pela organização armada Mujahedines do Povo.

O Irã, ao lado da Rússia, apoia o regime sírio em sua luta contra os grupos rebeldes e extremistas.

Segundo o ministério dos serviços secretos, outro grupo de "terroristas" foi neutralizado em Teerã antes de passar para a ação.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, afirmou que os atentados "reforçarão a determinação dos iranianos de lutar contra o terrorismo".

Após os atentados, a Rússia, aliada do Irã no Oriente Médio, condenou os ataques e pediu coordenação na luta antiterrorista.

"Estes atos de terrorismo merecem a mais dura condenação. Estes ataques põem e destaque a necessidade de coordenar a luta antiterrorista, sobretudo contra o Estado Islâmico", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

O Irã, juntamente com a Rússia, apoia o regime sírio em sua luta contra os grupos rebeldes e os extremistas.

Damasco e Bagdá denunciaram estes ataques, assim como Estados Unidos, França e Alemanha.

Células desmanteladas

Os últimos ataques em Teerã remontavam aos anos 2000, praticados em sua maioria pela organização armada dos Mujahedines do Povo.

As forças de segurança iranianas afirmaram que nos dois últimos anos desmantelaram várias células do EI no Irã que preparavam atentados.

O EI publicou em março um vídeo em persa dizendo que o grupo ia "conquistar o Irã e devolvê-lo à nação muçulmana sunita", matando os xiitas.

Embora regiões próximas às fronteiras com o Iraque, o Afeganistão e o Paquistão tenham sido atacadas pelos grupos extremistas extremistas, entre eles o EI, os grandes centros urbanos se mantiveram à margem destes atentados até agora.

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