Washington - A cidade de Ferguson, no estado americano do Missouri, viveu na noite de ontem novos distúrbios e protestos pela morte do jovem negro que foi baleado por um policial branco, que terminaram com dois homens feridos por arma de fogo, um deles em uma mão, e 78 presos, informaram nesta terça-feira as autoridades.

O capitão da polícia rodoviária estadual, Ron Johnson, relatou para a imprensa que 78 pessoas foram detidas na noite de ontem. Além disso, quatro agentes ficaram feridos após serem atingidos por garrafas e pedras.

Segundo os documentos conseguidos pela emissora 'ABC News', apenas quatro dos 78 detidos são de Ferguson. Cerca de 20 deles são procedentes de Chicago, Nova York, San Diego, San Francisco e Washington, entre outros lugares do país.

O canal 'NBC' afirmou que, entre os detidos na última madrugada, duas pessoas da região de Saint Louis portavam armas ilegalmente.

As autoridades informaram inicialmente que 31 pessoas tinham sido detidas e que os responsáveis pelos incidentes eram 'criminosos' infiltrados vindos de fora, que efetuaram disparos contra a polícia.

'Nossos agentes foram atacados com armas de fogo. Nem uma única bala foi disparada pelos policiais', explicou o capitão Johnson em declarações transmitidas pelas principais emissoras de televisão.

A presença da Guarda Nacional não serviu para diminuir a tensão ontem, em uma das noites com os maiores e mais violentos distúrbios desde o início dos protestos raciais há pouco mais de uma semana após a morte do jovem negro Michael Brown, que estava desarmado e foi atingido pelos disparos de um policial em um incidente que ainda está sendo investigado.

Centenas de manifestantes voltaram a ocupar a avenida West Florissant de Ferguson, o epicentro dos protestos, em uma concentração que começou pacífica e terminou com enfrentamentos, prisões, dois feridos por arma de fogo e o uso de gás lacrimogêneo para dispersar a concentração.

A tensão aumentou a partir das 22h locais (meia-noite de Brasília), quando a polícia começou a avisar aos manifestantes que estes deviam deixar as ruas se não quisessem ser detidos, depois que várias pessoas jogaram coquetéis molotov, garrafas e outros objetos contra os agentes.

Quase duas horas depois, os agentes começaram a avançar em direção aos manifestantes, carregados com material antidistúrbio e emitindo alertas através de alto-falantes de que a área não era mais segura, que as pessoas deveriam voltar para suas casas e que os jornalistas teriam que deixar o local dos protestos.

A maioria dos manifestantes atendeu a ordem, mas um grupo reduzido de pessoas - menos de 100 - resistiu, o que deu início e às detenções, segundo a imprensa local.