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Número de assassinatos continua alto na América e África

Os assassinatos caíram entre 2010 e 2012 no mundo, mas número continua alto em regiões como a América do Norte, América Latina e África

Polícia isola área de crime: mortes violentas seguem concentradas em regiões do mundo que representam apenas 11% da população mundial (AFP)

Polícia isola área de crime: mortes violentas seguem concentradas em regiões do mundo que representam apenas 11% da população mundial (AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 10h49.

Viena - Os assassinatos caíram entre 2010 e 2012 no mundo, embora seu número continue sendo alto em algumas regiões, principalmente na América do Norte, América Latina e África, indicou nesta quinta-feira uma agência da ONU.

Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, em inglês), 437.000 pessoas foram assassinadas no mundo em 2012, em comparação com 468.000 em 2010, o primeiro ano em que foi realizado um estudo mundial.

Apesar da diminuição global, as mortes violentas seguem concentradas em regiões do mundo que representam apenas 11% da população mundial, principalmente na América do Norte, América do Sul e África.

Na América Central e no sul da África foram registrados, em média, de 26 a 30 assassinatos por cada 100.000 habitantes, um número quatro vezes superior à média mundial. Metade das vítimas tinha menos de 30 anos e 80% eram homens. Em 95% dos casos, os assassinatos foram cometidos por homens.

"Temos que entender urgentemente a razão pela qual o crime violento se converteu em uma praga em muitos países do mundo, que afeta em particular os homens jovens, mas também as mulheres", declarou o analista do UNODC Jean-Luc Lemahieu.

Em muitos casos, as mulheres foram vítimas de violência doméstica, que representa 15% do total de homicídios no mundo.

Enquanto os homens costumam morrer pelas mãos de um criminoso desconhecido, as mulheres costumam ser assassinadas por pessoas que conhecem, segundo o relatório.


"Sua casa pode ser o lugar mais perigoso para uma mulher", afirmou Lemahieu.

Na América do Norte e América Latina, a violência relacionada às gangues ou quadrilhas representou em 2012 praticamente 30% do total de assassinatos na região, contra 1% de mortes pela mesma causa na Ásia, Europa e Oceania.

Nestas regiões, no entanto, a porcentagem de mortes por violência doméstica é mais alta que na América.

População juvenil e subdesenvolvimento

Na América, o fenômeno das quadrilhas também está relacionado com a demografia, já que em muitos países da região há um grande número de população jovem, especialmente nos países em desenvolvimento.

Segundo a UNODC, os homens jovens têm mais probabilidades de possuir armas e de participar de crimes de rua, guerras de gangues e de cometer crimes relacionados ao tráfico de drogas. Além disso, os homicídios também são mais frequentes nas cidades, onde são cometidos três vezes mais assassinatos que nas zonas menos populosas.

O estudo também estabelece um vínculo direto entre o crime e o desenvolvimento. Segundo a agência da ONU, os países com grandes desigualdades de renda têm quatro vezes mais chances de serem afetados pela violência que as sociedades mais igualitárias.

"É preciso combinar as políticas de prevenção do crime com as de desenvolvimento econômico e social", afirmou Yuri Fedotov, diretor-executivo do UNODC, explicando que a criminalidade crônica é, ao mesmo tempo, causa e consequência da pobreza, da insegurança e do subdesenvolvimento.

O UNODC indicou que quatro em cada 10 assassinatos ocorrem com armas de fogo. Além disso, de cada 100 homicídios, apenas 43% terminam com uma condenação judicial e este numero cai a 24% na América, enquanto na Ásia e na Europa as condenações alcançam 48% e 81%, respectivamente.

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