Cartaz chama Edward Snowden de herói, em protesto contra a espionagem americana (Mandel Ngan/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 17h46.
Washington - Um funcionário civil da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) pediu demissão no mês passado depois de contar à polícia federal que havia inadvertidamente permitido que o ex-prestador de serviços Edward Snowden usasse sua senha para acessar informações que ele não estava autorizado a ver, de acordo com um memorando da agência enviado ao Congresso.
A NSA afirmou ao Comitê Judiciário do Senado, em um memorando, que dois outros trabalhadores vinculados à NSA, um militar da ativa e um prestador de serviços não-identificado, também estavam "implicados" no caso.
De acordo com o memorando, o prestador de serviços e o militar tiveram removidas sua senha de acesso a informação sigilosa e seus locais de trabalho seguros em agosto, mas caberá a seus empregadores determinar "responsabilidades".
A existência do memorando, datado de 10 de fevereiro e marcado como "não sigiloso/somente para uso oficial", foi divulgada pela primeira vez no site da NBC News no fim da quarta-feira.
A Reuters informou em novembro que Snowden havia usado nomes de usuários e senhas fornecidos involuntariamente por colegas em uma base de espionagem no Havaí para obter acesso ao material sigiloso que ele vazou para a imprensa.
Nesta reportagem, a Reuters disse que um grupo de funcionários da agência que forneceram seus dados de acesso para Snowden havia sido identificado, questionado e removido de suas funções.
Em janeiro, Snowden considerou a reportagem "simplesmente errada".
ALTAMENTE SECRETO A NSA diz que elaborou o memorando enviado nesta semana para manter o Comitê Judiciário a par dos passos que a agência tomou para responsabilizar pessoas pelas revelações não autorizadas de Snowden.
O civil citado admitiu pela primeira vez em 18 de junho ter passado seus dados de usuário para Snowden, diz o memorando.
Isso ocorreu dias depois de Snowden ter aparecido pela primeira vez publicamente como a fonte dos documentos altamente sigilosos sobre operações de escuta telefônica da NSA e alguns de seus parceiros estrangeiros publicados pelos jornais Guardian e The Washington Post.