Lançador de mísseis guiados USS Philippine Sea lança um míssil Tomahawk no Golfo (Eric Garst/AFP/AFP Photo)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2014 às 09h14.
Yumurtalik - A coalizão liderada pelos Estados Unidos voltou a bombardear posições do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, antes que as Nações Unidas comecem a analisar nesta quarta-feira em Nova York a luta contra o alistamento de jihadistas estrangeiros.
Os aviões da coalizão atacaram na madrugada desta quarta-feira posições e estradas de abastecimento do EI nos arredores da cidade curda de Ain al-Arab (Kobane em curdo), totalmente cercada por este grupo sunita ultrarradical, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os Estados Unidos indicaram, por sua vez, terem realizado dois ataques na Síria e um no Iraque que destruíram ou danificaram veículos de combatentes do EI.
Os novos bombardeios ocorrem um dia depois de Washington dirigir uma série de 16 ataques contra o solo sírio - os primeiros contra este território -, com seus aliados árabes (Jordânia, Bahrein, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos). A França, por sua vez, também participou dos ataques aéreos contra o Iraque.
O Pentágono classificou estas operações de muito bem-sucedidas.
O presidente americano, Barack Obama, saudou a força da coalizão organizada sob sua iniciativa para destruir o EI no Iraque e na Síria, onde este grupo extremista controla amplas zonas.
Espera-se que Obama peça nesta quarta-feira um reforço desta coalizão durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou na terça-feira que seu país, que até agora havia se limitado a entregar armas aos combatentes curdos, não tem outra opção a não ser lutar contra o EI, razão pela qual a imprensa britânica considera que pode considerar participar dos bombardeios.
Combatentes de 74 países
Obama também presidirá uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU para adotar uma resolução com o objetivo de reduzir o fluxo de combatentes estrangeiros.
Cerca de 12.000 combatentes estrangeiros procedentes de 74 países teriam se unido às organizações extremistas no Iraque e na Síria, segundo o Centro internacional para o Estudo da Radicalização, com sede em Londres.
A maior parte deles é proveniente de países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Jordânia) ou do Magreb (Tunísia, Marrocos), mas o número de europeus aumenta. O coordenador europeu para a luta contra o terrorismo, Gilles de Kerchove, contabiliza cerca de 3.000 pessoas.
Até o momento não há novas informações sobre o destino de Hervé Pierre Gourdel, o guia francês de 55 anos sequestrado no domingo pelo grupo jihadista argelino Jung al-Khilafa, que apoia o EI e que na segunda-feira ameaçou matá-lo se a França não renunciar aos bombardeios no Iraque em um prazo de 24 horas.
O presidente francês, François Hollande, rejeitou este ultimato e afirmou que a França continuará suas operações no Iraque.
"Não cederemos a nenhuma chantagem, a nenhuma pressão, a nenhum ultimato, por mais odioso ou desprezível que seja", disse Hollande em Nova York.
O grupo EI havia convocado na segunda-feira os muçulmanos a matar de qualquer forma cidadãos dos países que integram a coalizão internacional.
Na Austrália, a polícia matou com um tiro um suspeito de terrorismo depois que ele feriu dois agentes apunhalando-os várias vezes.