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Israel faz operações militares em diversos pontos de Gaza antes de reinício de negociações

Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), houve operações, com mortes, em Shifa, Rimal e nas áreas central e Sul de Gaza nas últimas 24 horas

Crianças palestinas perto de campo de refugiados em Rafah, sul da Faixa de Gaza, em 30 de março de 2024 (AFP/AFP)

Crianças palestinas perto de campo de refugiados em Rafah, sul da Faixa de Gaza, em 30 de março de 2024 (AFP/AFP)

Publicado em 31 de março de 2024 às 10h38.

Última atualização em 31 de março de 2024 às 10h39.

As forças israelenses bombardearam neste domingo, 31, diversos pontos da Faixa de Gaza, território cercado e sob a ameaça da fome, antes do início de uma nova série de negociações entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), houve operações, com mortes, em Shifa, Rimal e nas áreas central e Sul de Gaza nas últimas 24 horas.

Na região central de Gaza, "mais de 15 terroristas foram eliminados. 2 células terroristas foram eliminadas em 2 incidentes diferentes, uma saindo de um eixo de túnel por fogo aéreo e outra por tiro de atirador de elite", informou a IDF. E no sul, "vários locais de infraestrutura terrorista foram desmantelados, aproximadamente 15 terroristas foram eliminados por tiros de atiradores de elite precisos e nossas tropas localizaram armas na área".

Ao menos 77 palestinos morreram nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde controlado pelo grupo terrorista Hamas, que governa Gaza desde 2007.

Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na semana passada que exigiu cessar-fogo imediato, os combates não param no pequeno território palestino, segundo a AFP.

A guerra obrigou a maioria dos 2,4 milhões de moradores de Gaza a se deslocarem. Segundo a ONU, agora eles enfrentam a ameaça da fome e uma crise humanitária severa.

A barcaça Jennifer, parte de uma flotilha de três navios transportando ajuda alimentar para a Faixa de Gaza, parte do porto de Larnaca, no Chipre, em 30 de março de 2024 - Crédito: Iakovos HATZISTAVROU / AFP (Iakovos HATZISTAVROU / AFP/AFP)

No sábado, 30, um navio zarpou do Chipre em direção a Gaza com 400 toneladas de ajuda alimentar. A embarcação utiliza um corredor marítimo aberto em meados de março.

Também no sábado, segundo o Crescente Vermelho, cinco palestinos morreram, atingidos por tiros e em um grande tumulto, durante uma distribuição de alimentos na Cidade de Gaza, o que demonstra o nível de desespero da população.

Nas últimas semanas, incidentes similares deixaram muitos mortos.

"Lutar contra a indiferença"

A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos do Hamas atacaram o sul de Israel e assassinaram ao menos 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.

Além disso, mais de 250 pessoas foram sequestradas e 130 delas continuam como reféns em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido, segundo Israel.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que considera uma organização terrorista. A ofensiva terrestre e aérea matou pelo menos 32.782 palestinos, segundo o balanço atualizado do grupo terrorista.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionado pela comunidade internacional, incluindo o governo dos Estados Unidos, seu principal seu aliado, e pelas famílias dos reféns, anunciou na sexta-feira que aprovou uma nova rodada de negociações, em Doha e no Cairo, nos próximos dias.

Segundo um jornal egípcio próximo ao governo e às forças de segurança, as negociações devem ser retomadas ainda neste domingo.

No sábado, milhares de pessoas voltaram a exigir em Tel Aviv a libertação dos reféns.

"Chegou o momento de sair para lutar contra a indiferença e pela vida. Eu peço que saiam às ruas ao nosso lado e façam ouvir uma voz unida e clara. Tragam eles para casa agora", afirmou Shira Elbag, que teve a filha de 19 anos, Liri, sequestrada em 7 de outubro.

Várias rodadas de negociações aconteceram nos últimos meses, com a participação dos mediadores internacionais (Egito, Catar e Estados Unidos), mas sem resultado.

Desde o início da guerra, apenas uma trégua de alguns dias foi respeitada, em novembro, o que permitiu a libertação de mais de 100 reféns em troca palestinos detidos em penitenciárias de Israel.

O papa Francisco reiterou neste domingo o pedido de libertação dos reféns israelense e de um cessar-fogo imediato em Gaza. Ele denunciou que a "guerra é sempre um absurdo e uma derrota".

Combates em hospitais

Os combates na Faixa de Gaza se concentram atualmente nas imediações dos hospitais, a maioria fora de serviço, onde o Exército israelense afirma que combatentes do Hamas estão escondidos.

No sábado, as forças israelenses anunciaram que mataram vários combatentes, incluindo um líder do movimento palestino, em uma "operação" no complexo hospitalar Al Shifa, na Cidade de Gaza, o maior do território.

No X, a IDF afirmou que "uma aeronave da IAF atacou um centro de comando operacional da Jihad Islâmica e terroristas posicionados no pátio do Hospital Al-Aqsa na área de Deir al Balah. Após o ataque preciso, o prédio do Hospital Al-Aqsa não foi danificado e sua função não foi afetada".

O Hamas afirma que 107 pacientes permanecem "bloqueados" em Al Shifa, pelo 14º dia consecutivo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 100 pacientes e 50 profissionais de saúde estão no complexo.

O Exército anunciou neste domingo que encontrou várias armas escondidas em travesseiros, camas e no teto de Al Shifa.

O Hamas afirma que tropas israelenses também estão presentes no complexo hospitalar Naser, sul da Faixa de Gaza. O Crescente Vermelho palestino relatou operações hospital Al Amal, também no sul.

Com AFP.

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