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Novo secretário da Otan quer relação construtiva com Rússia

O novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu que quer manter uma relação "construtiva" e de cooperação com a Rússia

Jens Stoltenberg, da Otan: "aspiramos uma relação construtiva e de cooperação"  (Francois Lenoir/Reuters)

Jens Stoltenberg, da Otan: "aspiramos uma relação construtiva e de cooperação" (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 13h15.

Bruxelas - O novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu nesta quarta-feira ao tomar posse do cargo que não é contraditório criar uma Aliança Atlântica "forte" e manter uma relação "construtiva" e de cooperação com a Rússia, a quem pediu que respeite a legislação internacional.

"Não há contradição entre aspirar uma relação construtiva com a Rússia e impulsionar uma Otan forte", assegurou o ex-primeiro-ministro norueguês na primeira entrevista coletiva que oferece em seu novo posto à frente da Aliança Atlântica.

Para Stoltenberg, uma Otan forte "é uma pré-condição e a melhor maneira de construir uma relação de cooperação" com a Rússia de novo, depois de as relações bilaterais erodirem por causa do papel russo na crise da Ucrânia.

O novo secretário-geral aliado lembrou que na recente cúpula da Otan realizada no País de Gales (Reino Unido) no início de setembro, os Estados-membros concordaram que a Rússia "está violando suas obrigações internacionais e a lei internacional" no conflito ucraniano.

"Mas também dissemos na cúpula que aspiramos uma relação construtiva e de cooperação" com esse país, apontou.

Stoltenberg considerou uma "oportunidade" o cessar-fogo no leste da Ucrânia entre as tropas governamentais e os separatistas pró-Rússia, apesar de que Moscou "mantém sua capacidade de desestabilizar" o país com ajuda militar aos rebeldes.

"Temos que ver se a Rússia muda seu comportamento e suas ações para cumprir a lei internacional e suas obrigações internacionais", acrescentou, pois segundo ele a atual crise na Ucrânia foi "causada por uma intervenção militar da Rússia e representa o principal desafio para a segurança euroatlântica".

Stoltenberg deixou claro que a Otan "não procura o confronto com a Rússia", mas ressaltou: "não podemos e não vamos comprometer os princípios em que se baseiam nossa Aliança e a segurança na Europa e na América do Norte".

As patrulhas aéreas aliadas continuarão a operar sobre o Báltico e continuarão a haver desdobramentos navais no Mar Báltico e no Mar Negro, a rotação de forças enquanto os exercícios continuarem no leste da Europa "por quanto tempo for necessário".

"Nossas tropas estão preparadas para serem enviadas em dias. Para demonstrar que a Otan está determinada a deter qualquer agressão", destacou.

Stoltenberg lembrou que o artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, sobre a defesa dos aliados, continua sendo "a pedra angular" da organização, e anunciou que nos próximos dias viajará para Polônia e Turquia, aliados que invocaram esse artigo no passado.

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