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Novo rei saudita promete manter política energética

Notícia da morte do rei Abdullah levou a um aumento imediato nos preços do petróleo, já que aumenta as incertezas nos mercados de energia


	Salman bin Abdul Aziz, novo rei da Arábia Saudita: Salman herdou hoje o trono e foi investido como rei
 (Lintao Zhang/Pool/Files/Reuters)

Salman bin Abdul Aziz, novo rei da Arábia Saudita: Salman herdou hoje o trono e foi investido como rei (Lintao Zhang/Pool/Files/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 10h39.

Riad - O novo rei saudita Salman prometeu nesta sexta-feira que manterá as atuais políticas energética e externa, e logo em seguida indicou homens mais jovens como seus herdeiros, preparando a sucessão de longo prazo ao nomear um vice-príncipe herdeiro da nova geração de sua dinastia.

O rei Abdullah morreu na madrugada desta sexta-feira devido a uma enfermidade.

Ao indicar seu meio-irmão mais novo, Muqrin, de 69 anos, como príncipe herdeiro, e seu sobrinho Mohammed bin Nayef, de 55 anos, como vice-príncipe herdeiro, Salman acabou rapidamente com as especulações sobre rixas palacianas em um momento de grande tumulto regional.

A notícia da morte do rei Abdullah levou a um aumento imediato nos preços do petróleo, já que aumenta as incertezas nos mercados de energia.

Salman, que se acredita ter 79 anos, assume como autoridade máxima em um país que enfrenta desafios internos de longo prazo, agravados pela queda no valor do petróleo nos últimos meses e pelo crescimento do grupo militante Estado Islâmico no Iraque e na Síria, que jurou derrubar a casa real saudita.

Salman precisa administrar uma rivalidade intensa com o Irã, potência xiita regional, que se desenrola no Iraque, na Síria, no Iêmen, no Líbano e no Barein, dois conflitos abertos em países vizinhos, uma ameaça de radicais islâmicos e relações tensas com os Estados Unidos.

Em seu primeiro discurso como rei, transmitido ao vivo na televisão saudita, Salman se comprometeu a manter a mesma abordagem de seus antecessores na administração do maior exportador de petróleo do mundo e berço do islamismo, e pediu união entre as nações árabes.

“Se Deus quiser, continuaremos a manter o curso firme que este país vem seguindo desde sua fundação pelas mãos do falecido rei Abdulaziz”, disse ele.

Mohammed bin Nayef se torna o primeiro neto do monarca fundador do reino, o rei Abdulaziz, conhecido como Ibn Saud, a assumir um local pré-determinado na linha sucessória.

Desde a morte de Abdulaziz em 1953, todos os reis sauditas foram seus filhos, e a entrada em cena da nova geração fez surgir a perspectiva de uma disputa interna de poder. O rei Salman também indicou seu próprio filho, Mohammed bin Salman, como ministro da Defesa e chefe da corte real.

Pragmatismo sim, democracia não

Visto como pragmático e hábil no gerenciamento do equilíbrio delicado de interesses clericais, tribais, reais e ocidentais que pesam na formulação das políticas sauditas, Salman não deve mudar a abordagem do reino na política externa ou no comércio de energia.

Apesar dos booatos sobre a saúde e a força de Salman, diplomatas presentes a reuniões entre o novo monarca e líderes estrangeiros no ano passado disseram tê-lo visto totalmente envolvido em conversas que chegaram a durar horas.

“Acho que (Salman) irá continuar as reformas de Abdullah. Ele percebe a importância disso. Não é conservador como pessoa, mas valoriza a opinião do eleitorado conservador do país”, disse Jamal Khashoggi, chefe de um canal de notícias de propriedade de um príncipe saudita.

À medida que a população cresce e o preço de petróleo despenca globalmente, a casa saudita terá que se esforçar cada vez mais para manter seus generosos investimentos sociais para as pessoas comuns, o que pode minar sua futura legitimidade em um país sem eleições, opinam analistas. O rei Salman já se pronunciou contra a ideia de introduzir a democracia na Arábia Saudita em comentários feitos a diplomatas norte-americanos e divulgados pelo site WikiLeaks.

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