Mundo

Novo regime líbio ameaça Bani Walid, último reduto pró-Kadafi

Conselho Nacional de Transição e líderes da cidade não conseguiram chegar a um acordo e confronto armado pode acontecer

Os rebeldes montam guarda em estrada que leva a Bani Walid (AFP)

Os rebeldes montam guarda em estrada que leva a Bani Walid (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 13h39.

Shishan, Líbia- Combatentes das autoridades de transição líbia ameaçaram nesta segunda-feira atacar a cidade de Bani Walid, onde as negociações para a rendição das forças leais à Muamar Khadafi fracassaram mais uma vez.

Após vários dias de conversas com os chefes tribais de Bani Walid, um oásis ao sudeste de Trípoli, o principal negociador do Conselho Nacional de Transição (CNT), Abdullah Kenchil, anunciou na noite de domingo que as negociações não deram certo.

Os leais a Kadafi queriam negociar armados, enquanto os pró-CNT chegaram em Bani Walin sem as suas, explicou Kenchil aos jornais no posto de controle de Shishan ao norte da cidade.

Questionado sobre um possível ataque contra Bani Walid depois deste fracasso, o negociador respondeu: "O comandante (das forças anti-Kadafi) tomará a decisão".

Um comandante militar em Misrata, reduto do novo regime no noroeste de Bani Walid, assegurou à AFP na manhã desta segunda-feira que as negociações continuam. "Não há combates em Bani Walid, nem haverá", afirmou, solicitando o anonimato.

O negociador do novo governo disse que Kadafi e alguns de seus filhos, assim como pessoas próximas estiveram em Bani Walid recentemente, mas fugiram, menos dois filhos do coronel, Saadi e Muatasim.

Entrevistado no domingo à noite por telefone pela CNN, Saadi Kadafi declarou que estava nos arredores de Bani Walid, mas fora da cidade, e que não via o pai havia mais de dois meses.

O ex-jogador de futebol que começou a carreira no Exército muito cedo, disse que se mantinha "neutro" em relação ao conflito e acusou seu irmão Seif al-Islam de ser o responsável pelo fracasso das negociações com os rebeldes devido ao seu discurso agressivo.


Em Sishan, os combatentes pró-CNT, muitos originários de Bani Walid, estavam impacientes para entrar na cidade.

No sábado, em Benghazi, o presidente do Conselho Nacional de Transição, Mustafa Abdul Jalil, repetiu que os seguidores de Kadafi precisam entregar suas armas até o dia 10 de setembro, citando as cidades de Sirte, Bani Walid, Al-Khufra e Sebha.

Os civis que vieram de Bani Walid informaram que muitos combatentes pró-Kdhafi tinham abandonado a cidade, onde as cabanas estavam fechadas e não havia gasolina nem gás.

As negociações prosseguiam em Sirte, outro reduto dos fiéis de Kadafi agora cercado pelos combatentes do CNT, mas a Otan anunciou que manteve seus bombardeios na região nos últimos dias.

Na parte leste da cidade, a guerra se transformou em um jogo de gato e rato, com breves disparos de artilharia e rápidos bombardeios, segundo um jornalista da AFP.

Em Trípoli, onde o CNT prevê se instalar nos próximos dias, o "ministro" da Defesa Jalal Dghaili chegou no domingo vindo de Benghazi encabeçando uma importante delegação.

As novas autoridades anunciaram que irão investigar informações da imprensa que indicavam que a China havia fornecido em julho uma grande quantidade de armas à Kadafi, o que Pequim desmentiu nesta segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaPolítica

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês