Andrés Manuel López Obrador: um reajuste generoso no salário mínimo (Ginnette Riquelme/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 18h08.
Última atualização em 18 de dezembro de 2018 às 19h52.
Cidade do México — O governo do México, empresários e sindicatos chegaram a um acordo nesta segunda-feira para aumentar em 16,2% o salário mínimo geral, que passa de 88,36 pesos por dia (R$ 17,14) para 102,68 (R$ 19,92) a partir de janeiro de 2019.
O anúncio do acordo firmado pelo governo de Andrés Manuel López Obrador, que tomou posse no início do mês, foi feito pela secretária do Trabalho e da Previdência Social, Luisa María Alcalde.
"Para 2019, o salário mínimo será fixado em 102,68 pesos e em 176,72 (R$ 34,16) na área livre da fronteira norte. É um aumento de 16,21% em relação a 2018", indicou a secretária.
Em um evento que contou com a presença do presidente e representantes da indústria e dos sindicatos, Alcalde afirmou que o reajuste, maior do que os 10,4% do ano passado, é o início de um "caminho de recuperação progressivo, responsável e sustentável" do salário mínimo no México.
A medida permitirá, segundo ela, quitar uma "dívida histórica" com os trabalhadores que recebem menos no país, fazendo com que eles recebam um salário digno e atinjam a linha de bem-estar do Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social.
A secretária também comemorou o rápido consenso entre as partes para chegar ao reajuste salarial, um tema que costuma ser motivos de disputas no México, especialmente devido aos efeitos que o aumento pode gerar sobre a inflação no país.
Em uma breve mensagem no Twitter, a Confederação Patronal da República Mexicana (Comparmex) declarou apoio ao reajuste do salário mínimo no país - um dos mais baixos da América Latina - e disse que a decisão é o primeiro passo para uma mudança de cultura.
O México tem 124,7 milhões de habitantes, de acordo com as projeções demográficas para 2018 realizadas a partir do censo realizado em 2010. Há dois anos, 43,6% da população vivia em situação de pobreza.