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Novo perfil de emissões do Brasil de gases de efeito estufa

De acordo com o documento, o Brasil aumentou em 7% suas emissões brutas de GEE, entre 1990 e 2012 – no mesmo período, as emissões globais cresceram 37%


	Trânsito em São Paulo: o caso mais preocupante é o do setor de Energia, onde as emissões cresceram 126%; para especialista, principal responsável é o setor de Transporte
 (Fábio Arantes / Prefeitura de São Paulo)

Trânsito em São Paulo: o caso mais preocupante é o do setor de Energia, onde as emissões cresceram 126%; para especialista, principal responsável é o setor de Transporte (Fábio Arantes / Prefeitura de São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 15h11.

O Observatório do Clima lançou nesta quinta-feira, 07/11, em São Paulo, o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) e, com ele, relatório que traz o panorama das emissões brasileiras entre 1990 e 2012. Afinal, quando o assunto é a liberação de gases causadores do efeito estufa na atmosfera, como o Brasil está se saindo?

De acordo com o documento, o Brasil aumentou em 7% suas emissões brutas de GEE, entre 1990 e 2012 – no mesmo período, as emissões globais cresceram 37%. Em 2012, o país emitiu 1,48 bilhão t CO2e – contra 1,38 bilhão t CO2e, em 1990 –, sendo considerado, atualmente, a sétima nação mais emissora do mundo, responsável por 2,8% da liberação global de gases poluentes na atmosfera.

Mas as emissões brasileiras nesse período de 22 anos não foram lineares. “Entre 1990 e 2012, tivemos três grandes períodos diferentes:
- o primeiro, nos 14 primeiros anos (1990-2004), quando as emissões apresentaram total tendência de crescimento, com um pico em 1994 causado pelo desmatamento na Amazônia;
- o segundo, entre 2005 e 2009, quando houve uma queda importante no desmatamento da Amazônia e
- o terceiro, de 2009 a 2012, quando pudemos enxergar melhor a tendência de crescimento de emissões em todos os setores, exceto Mudanças de Uso da Terra, por conta do combate ao desmatamento”, explica Tasso Azevedo, coordenador de desenvolvimento do SEEG e conselheiro do Planeta Sustentável.

As estimativas do SEEG deixam claro que, apesar de ainda ser a principal fonte de emissão do Brasil (32,1%), o setor de Mudanças de Uso da Terra foi o único que reduziu suas emissões nas últimas duas décadas. Entre 1990 e 2012, houve queda de 35%, enquanto os outros setores apresentaram tendência de aumento.

O caso mais preocupante é o do setor de Energia, onde as emissões cresceram 126%. “O principal responsável por esse aumento expressivo no setor energético é o Transporte, que teve aumento de 143% nas suas emissões, entre 1990 e 2012, sobretudo por conta do uso da gasolina”, conta o especialista.

Segundo ele, apenas entre 2009 e 2012, o consumo de álcool no Brasil caiu 30% e o de gasolina subiu 34%. O principal responsável? “A política nacional de subsídio à gasolina”, garante Tasso. E mais: no mesmo período, as emissões provenientes do uso de gás natural e óleo diesel – outros dois combustíveis fósseis muito populares no país – cresceram, respectivamente, 64% e 23%.

O problema, claro, se reflete na matriz energética do país, que está cada vez mais suja. “De 2009 a 2012, a porção renovável da nossa matriz caiu de 45% para 42,3%, quando na verdade deveria subir, já que foi em 2009 que o governo brasileiro apresentou sua meta de redução de emissões”, afirma Tasso, que garante que o setor de Energia é, atualmente, o que apresenta mais desafios e oportunidades para o Brasil.

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