Fábrica da Volkswagen: os carros são o principal produto exportado, representando 12% do que a Alemanha vende ao exterior (Peter Steffen/Picture Alliance/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 2 de junho de 2020 às 06h55.
A Alemanha continua tentando minimizar os impactos do novo coronavírus na sua economia, a maior de toda a Europa. Se em março, quando a pandemia começava a mostrar a sua força, um pacote histórico de resgate de 750 bilhões de euros foi aprovado, agora, em junho, outro pacote, desta vez avaliado entre 75 bilhões e 80 bilhões de euros, deve ser apresentado nesta terça-feira (2).
As informações são da publicação alemã Bild am Sonntag, que revelou os planos da primeira-ministra, Angela Merkel, e de sua coalizão.
De acordo com a agência de notícias Reuters, a ideia do governo é a de que esse valor adicional seja usado para apoiar a recuperação econômica da Alemanha, que possivelmente entrará na mais profunda recessão econômica desde a Segunda Guerra Mundial. O programa deve incluir corte de impostos, repasse de renda para as famílias, financiamento para as pequenas empresas e subsídios para a indústria automotiva.
A produção de veículos é um dos pilares da economia alemã. Os carros são o principal produto exportado, representando 12% do que a Alemanha vende ao exterior, seguidos de peças de automóveis. A notícia de estímulos para a produção automotiva gerou polêmica na Alemanha, uma vez que o país vem capitaneando os esforços de combate às mudanças climáticas. O novo pacote fez as ações das montadoras alemãs puxar a bolsa para os maiores valores desde o início de março, nesta terça-feira.
“Se o governo for subsidiar novos carros, então precisa ir na direção dos motores alternativos. Se for conceder descontos, que sejam para os carros elétricos”, disse Norbert Walter-Borjans, líder do Partido Social Democrata e parte da coalizão do governo de Merkel.
A população da Alemanha agora aguarda os detalhes do novo plano, que ainda não vieram à tona. A primeira-ministra terá muitos pontos a esclarecer, ainda que o país esteja correndo para evitar uma recessão profunda. No primeiro trimestre o país encolheu 2,2%.