Mundo

Novo ministro da Fazenda do Paraguai vê forte retomada em 2021

Segundo o FMI, o PIB paraguaio deve encolher 4% em 2020 em comparação com a queda de 8,1% prevista para o continente

Assunção, capital do Paraguai: país lidera ranking dos países mais positivos do mundo (Donyanedomam/Getty Images)

Assunção, capital do Paraguai: país lidera ranking dos países mais positivos do mundo (Donyanedomam/Getty Images)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 13h05.

O Paraguai pode crescer até 6% no próximo ano com a extensão das medidas de estímulo do governo, que ajudaram a economia a enfrentar a crise de coronavírus com uma das recessões mais brandas da América do Sul, segundo o ministro da Fazenda, Óscar Llamosas.

O plano de recuperação de US$ 2,5 bilhões do governo implementado no início do ano e o foco em investimentos do orçamento de 2021 devem dar confiança ao setor privado para investir, disse Llamosas em entrevista poucas horas depois de o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, indicá-lo para liderar o ministério. “Dada a incerteza e a conjuntura atual, esperam que o estado faça sua parte."

Llamosas substitui Benigno López, que durante seus 26 meses como ministro da Fazenda convenceu parlamentares a aumentar a arrecadação de impostos notoriamente baixa do país e conduziu forte expansão dos gastos com programas sociais, saúde e obras públicas em resposta à pandemia. O chefe de gabinete do governo, Juan Ernesto Villamayor, disse que a renúncia de López estava relacionada exclusivamente a uma oferta por um posto no Banco Interamericano de Desenvolvimento.

A expectativa é de que o Paraguai registre a recessão mais moderada da América do Sul neste ano. Segundo o FMI, o PIB paraguaio deve encolher 4% em 2020 em comparação com a queda de 8,1% prevista para o continente. Na quarta-feira, o banco central do Paraguai disse que agora espera retração de apenas 1,5% da economia neste ano, graças em parte ao estímulo fiscal e monetário coordenado. O Ministério da Fazenda prevê que a economia cresça entre 5% e 6% em 2021, disse Llamosas.

O governo pediu ao Congresso que aumente temporariamente o teto do déficit fiscal para 4% no próximo ano com o objetivo de evitar cortes de gastos potencialmente prejudiciais. Em 2020, o déficit deve ficar em cerca de 7%, disse Llamosas. “Retornar ao teto de 1,5%, como está na lei de responsabilidade fiscal, seria negativo para a economia."

O governo fez empréstimos com instituições multilaterais e emitiu títulos para financiar seus déficits. Llamosas planeja vender outros US$ 350 milhões em títulos locais em guaranis até meados de 2021 caso o Congresso aprove vários projetos de estímulo.

O projeto de lei do orçamento de 2021 busca aprovação para vender aproximadamente US$ 600 milhões em novos títulos, incluindo um título global que provavelmente será lançado no mercado no primeiro trimestre de 2021, disse Llamosas.

O Ministério da Fazenda também planeja refinanciar no próximo ano US$ 500 milhões de seus US$ 5,36 bilhões em dívida internacional emitida desde 2013, afirmou. “Vamos avaliar as condições do mercado e o momento vantajoso para estender os prazos e conseguir taxas mais baixas”, disse Llamosas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaParaguaiPIBPolítica fiscalPolítica monetária

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'