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Novo ministro da Defesa ucraniano promete desfile da vitória

Presidente ucraniano nomeou nesta quinta-feira um novo ministro da Defesa de espírito combativo, confrontos continuam no leste do país


	Crimeia: presidente Petro Poroshenko mantém o que chama de "operação antiterrorista"
 (Reuters)

Crimeia: presidente Petro Poroshenko mantém o que chama de "operação antiterrorista" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 15h50.

São Paulo - O presidente ucraniano nomeou nesta quinta-feira um novo ministro da Defesa de espírito combativo, que prometeu um "desfile da vitória" na Crimeia, enquanto os confrontos continuam no leste do país.

Com essa nomeação, o presidente Petro Poroshenko mantém o que chama de "operação antiterrorista", e a possibilidade de um novo cessar-fogo fica cada vez mais distante, como haviam pedido os países europeus no dia anterior em Berlim.

A operação pode ser intensificada com a chegada ao Ministério da Defesa do ex-policial Valeri Gueletei, ex-chefe do serviço de proteção a personalidades públicas, que teve sua nomeação aprovada nesta quinta-feira pelo Parlamento.

Ao apresentar Gueletei aos deputados, Poroshenko ressaltou que sua tarefa é reformar as Forças Armadas. "Nossas Forças Armadas precisam de um chefe decidido e firme que implemente reformas urgentes (...) que nos permitirão criar forças que ninguém se atreverá a nos agredir em nosso Estado", disse.

"A Ucrânia ganhará", disse Gueletei, prometendo um "desfile da vitória" na Crimeia, anexada em março à Federação Russa, e sendo muito aplaudido pelos deputados presentes.

Depois de sua nomeação, também foi aprovada a do general Viktor Mujenko, formado na União Soviética e que serviu no Iraque entre 2003 e 2004, para dirigir o Estado-Maior.

No âmbito diplomático, o presidente francês, François Hollande, e a chefe do governo alemão, Angela Merkel, pediram nesta quinta, em uma conversa por telefone com o presidente russo Vladimir Putin, que Moscou "interceda junto aos separatistas para que negociem e cheguem a um acordo com as autoridades ucranianas", de acordo com a Presidência francesa.

Na mesma conversa, Putin manifestou sua "grande preocupação" com as vítimas civis na Ucrânia, informou o Kremlin.

No dia anterior, foi organizada uma reunião entre os chefes da diplomacia ucraniana, russa, alemã e francesa em Berlim, que resultou em uma convocação para um encontro de um grupo de contato que reúna Rússia, Ucrânia, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e os rebeldes a ser realizado sábado, no mais tardar.

Kiev reiterou na quarta que a Ucrânia está disposta a negociar em um grupo de contato, mas que um possível cessar-fogo deve ser "bilateral" e não unilateral, como o que acaba de expirar sem ter evitado vários incidentes armados.

- Com a Rússia -

Já os insurgentes afirmaram que estariam dispostos a participar de negociações indiretas apenas com a participação da Rússia e da comunidade internacional, mas rejeitam se reunir somente com Kiev.

"Se a Rússia e a OSCE nos fizerem uma proposta, vamos concordar em participar das consultas", disse à AFP Andrei Purguin, "vice-primeiro-ministro" da "República Popular de Donetsk", proclamada pelos separatistas.

Para o analista político Vadyn Karasyov, diretor do Instituto de Estratégias Globais de Kiev, a perspectiva de um novo cessar-fogo depende da situação militar.

"Se Kiev conquistar avanços militares significativos no leste, as autoridades não vão querer um cessar-fogo", explicou Karasyov, porque isso daria tempo ao inimigo para receber reforços.

À espera do estabelecimento de uma data e um local para a reunião do grupo de contato, as forças ucranianas mantiveram suas operações e na quarta-feira à tarde atacaram uma coluna de cinco caminhões militares Kamaz que transportavam rebeldes, anunciou o Ministério da Defesa, sem fornecer maiores detalhes.

Em Donetsk, onde vários grupos rebeldes se enfrentam entre si e homens armados circulam livremente, três guardas de trânsito morreram em uma troca de tiros no meio da rua na manhã desta quinta, de acordo com jornalistas da AFP que estavam no local dos fatos. Nesse ataque, que não teve o motivo e as circunstâncias revelados, outro agente ficou gravemente ferido.

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