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Novo embaixador dos EUA no Brasil amplia a presença nas redes sociais

Todd Chapman tem usado o Twitter para falar sobre o trabalho da embaixada e é mais um exemplo do papel crescente das redes sociais na diplomacia

Todd Chapman: o novo embaixador americano no Brasil tem publicado quase diariamente no Twitter desde que assumiu o cargo (Embaixada dos Estados Unidos/Divulgação)

Todd Chapman: o novo embaixador americano no Brasil tem publicado quase diariamente no Twitter desde que assumiu o cargo (Embaixada dos Estados Unidos/Divulgação)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 15 de abril de 2020 às 07h03.

Última atualização em 15 de abril de 2020 às 07h03.

Desde que chegou ao Brasil no fim de março, o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, tem recorrido com frequência às redes sociais para divulgar as ações do governo americano no Brasil e comentar os encontros que teve com autoridades brasileiras nas últimas semanas.

O embaixador abriu uma conta oficial no Twitter no último dia 24 de março e desde então tem publicado mensagens frequentes sobre suas ações no país quase diariamente. Na terça-feira, 14, por exemplo, o embaixador republicou uma foto postada pelo deputado Eduardo Bolsonaro de um encontro entre os dois realizado na embaixada americana.

Antes disso, o embaixador também publicou fotos de encontros que teve com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, além do próprio presidente, Jair Bolsonaro.

Numa das mensagens, o embaixador retuitou uma postagem do presidente Jair Bolsonaro sobre uma conversa entre o chanceler de Ernesto Araújo e Robert Lighthizer, chefe do escritório de comércio exterior americano, o U.S. Trade Representative. Segundo a embaixada, o assunto da conversa foi a possibilidade de intensificar o comércio entre os dois países.

Em meio à crise provocada pelo novo coronavírus, o embaixador Todd Chappman também tem ressaltado as ações do governo americano para conter os prejuízos da crise, como a linha de financiamento adicional ao FMI e ao Banco Mundial aprovada pelo Congresso americano e o programa de swap cambial do Federal Reserve destinado aos bancos centrais de nove países, incluindo o Brasil.

O novo embaixador fala português fluentemente e tem uma ligação especial com o Brasil. Quando era criança, morou durante alguns anos em São Paulo durante a década de 70 quando seu pai foi transferido para o Brasil. Nos anos 80, ele também trabalhou no Brasil quando estava na iniciativa privada antes de se juntar o serviço público. Diplomata de carreira, ele serviu na embaixada americana em Brasília entre 2011 e 2014 antes de se mudar para o Equador, como embaixador.

“Sei que estou chegando ao Brasil num momento difícil, mas chego com otimismo”, disse Chapman em uma entrevista a jornalistas brasileiros, no último dia 7 de abril. “Minha prioridade número um, dois e três é trabalhar com o Brasil para vencer este mal, vencer esta doença que está trazendo tanto mal para todo o mundo.”

Diplomacia no Twitter

A maior presença nas redes sociais do embaixador coincide com um momento em que os líderes mundiais e os representantes dos governos estrangeiros em diversos países têm recorrido a esse tipo de comunicação na diplomacia com cada vez mais frequência, o que às vezes também gera atritos.

Recentemente, publicações do deputado Eduardo Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, causaram uma reação dura da embaixada da China no Brasil e provocaram um atrito diplomático entre os dois países.

Há algumas semanas, a notícia de que carregamentos de respiradores comprados da China pelo governo da Bahia tinham sido retidos nos Estados Unidos levaram a embaixada americana no Brasil a se pronunciar sobre o caso. A resposta foi por meio de um tuíte negando que o governo americano tenha bloqueado compras de materiais e equipamentos médicos destinados ao Brasil.

Em sua entrevista à imprensa brasileira, Todd Chapman ressaltou que o governo americano não bloqueou os carregamentos. “Muitos fornecedores querem vender para os Estados Unidos e depois vendem para o Brasil. Isso pode estar ocorrendo em todo o mundo. Nossos oficiais de Justiça estão trabalhando para prevenir essa prática. É contra a lei americana”, afirmou.

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