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Novo diretor geral da OMC deixa sua marca

Para o novo diretor geral, seria necessário que as negociações preparatórias da conferência de Bali terminassem antes do final de outubro


	Roberto Carvalho de Azevêdo: brasileiro quer transmitir a mensagem que, "no final de outubro, as negociações tem que ter avançado em todos os setores"
 (Antonio Cruz/ABr)

Roberto Carvalho de Azevêdo: brasileiro quer transmitir a mensagem que, "no final de outubro, as negociações tem que ter avançado em todos os setores" (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 16h54.

O novo diretor geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, está tentando de tirar a organização da letargia aplicando novas regras de funcionamento para torná-la mais eficaz, a três meses da conferência de Bali.

"Realizamos reuniões com objetivos mais concretos, que começam na hora prevista e as intervenções estão limitadas a 60 segundos", declarou nesta segunda-feira o diretor geral em uma coletiva de imprensa, três semanas depois de assumir as rédeas da Organização Mundial de Comércio, no dia 1º de setembro.

"Hoje há um espírito muito diferente na OMC, a dinâmica é diferente", disse, antes de lembrar que pediu aos embaixadores dos Estados membros creditados na OMC que participem das reuniões.

Além disso, Azevêdo assiste pessoalmente às reuniões que co-preside com os presidentes das sessões.

Segundo ele, "esta combinação presidente-diretor geral dá bons resultados", e já permitiu desbloquear numerosos pontos suspensos entre os 159 membros da OMC, que tentam entrar em acordo antes da conferência ministerial que será realizada em Bali em dezembro.

O primeiro diretor latino-americano na história da OMC sucedeu o francês Pascal Lamy, que acumulou dois mandatos de 4 anos antes de se aposentar.

Para o novo diretor geral, seria necessário que as negociações preparatórias da conferência de Bali terminassem antes do final de outubro.

Segundo uma fonte europeia, a situação é diferente na OMC, com a chegada de Azevêdo, que está se beneficiando do efeito "lua de mel" com os Estados membros. "Contudo, também está claro que os Estados membros querem uma nova direção no seio da OMC, depois dos dois mandatos de Pascal Lamy", acrescentou pedindo anonimato.


A conferência ministerial de Bali, que tentará desbloquear as negociações comerciais internacionais da Rodada Doha ou do Desenvolvimento, que estão em ponto morto há anos, é "uma prioridade para nós. Não posso fazer previsões sobre os resultados", alertou Azevêdo.

O brasileiro quer transmitir a mensagem que, "no final de outubro, as negociações tem que ter avançado em todos os setores".

Para Azevêdo, "o grosso das negociações ainda não tem solução", apenas uma ínfima parte dos problemas foram resolvidos. "Vamos tentar reverter, antes do final de outubro, este desequilíbrio", disse.

As negociações são realizadas sobre vários setores ao mesmo tempo: agricultura, facilitação das trocas comerciais e países menos avançados.

A regra dos 60 segundos para falar de todos esses problemas na OMC é um "tratamento de choque" para os Estados membros, assim como começar as reuniões na hora.

"Quando a reunião está marcada para as 10 da manhã, começa às 10 da manhã e as portas se fecham, mesmo que haja dois Estados-membros, na próxima vez todo mundo chegará na hora", disse Azevêdo, que foi embaixador do Brasil na instituição durante vários anos.

O novo diretor geral vai visitar a Ásia em breve para participar da reunião dos países da Ásia Pacífico (APEC).

"Vou para ver os responsáveis pela tomada de decisões e não para fazer discursos", disse, esperando que esses encontros ajudem a encerrar as negociaçõe antes de Bali.

"A conferência ministerial de Bali não é um fim em si" para a OMC, é "apenas um passo, uma etapa", no processo de liberalização do comércio mundial, lembrou aos que colocam grandes esperanças nos resultados de Bali.

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