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Novo delator reafirma que Trump pressionou Ucrânia

Presidente é acusado de pressionar Ucrânia para que país investigue o democrata Joe Biden e seu filho

Donald Trump: Democratas na Câmara têm votos suficientes para fazer o processo de impeachment avançar, mas republicanos no Senado devem impedir (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: Democratas na Câmara têm votos suficientes para fazer o processo de impeachment avançar, mas republicanos no Senado devem impedir (Kevin Lamarque/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 08h33.

Última atualização em 7 de outubro de 2019 às 08h34.

São Paulo — Um segundo delator garante ter evidências da pressão do presidente Donald Trump sobre o governo ucraniano para investigar um rival político, o democrata Joe Biden, e seu filho Hunter Biden. O novo personagem, também um agente de inteligência, pode dar aos democratas novos elementos para a investigação que pretende levar ao impeachment do presidente.

O advogado Mark Zaid, que representa os dois informantes, disse que o segundo deles pode corroborar informações prestadas pelo primeiro. O agente já falou a órgãos de apuração internos. A queixa do primeiro delator, apresentada ao inspetor-geral em 12 de agosto, citava informações recebidas de autoridades americanas que expressaram a preocupação de que Trump usava o cargo para solicitar interferência estrangeira em sua busca por um segundo mandato em 2020. Zaid afirma que o segundo agente "também fez uma delação protegida sob a lei e não pode sofrer retaliação".

Há suspeita de que Trump usou US$ 391 milhões, destinados a assistência, como barganha para assegurar uma promessa do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, de investigar Biden e seu filho, que trabalhou como diretor em uma companhia energética ucraniana, a Burisma. "Meu escritório e minha equipe representam múltiplos delatores ligados às divulgações de 12 de agosto de 2019 ao inspetor-geral da comunidade da inteligência", disse Andrew Bakaj, um segundo advogado, em publicação no Twitter. A Casa Branca é acusada de acobertar o caso.

Mensagens de texto do Departamento de Estado revelaram outros detalhes, incluindo a promessa de que o presidente ucraniano seria recebido em Washington se ajudasse na investigação. Zelenski visitou a Casa Branca em setembro e, na semana passada, o novo procurador-geral ucraniano, Ruslan Ryaboshapka, disse que reabrirá a investigação sobre o caso. Trump e seus aliados alegam que não fizeram nada errado. O presidente pediu publicamente que a China também ajude apurar suspeitas envolvendo a família Biden.

Quem tem se beneficiado dessas acusações mútuas é a senadora democrata Elizabeth Warren, que em algumas pesquisas já aparece à frente de Biden como principal pré-candidata democrata. A política de Massachusetts tem um discurso mais à esquerda em relação a Biden, um moderado que foi vice de Barack Obama.

Trump admite que os democratas na Câmara têm votos suficientes para fazer o processo de impeachment avançar, mas ressalta que a maioria republicana no Senado deve impedir sua destituição. A Câmara precisa de uma maioria simples de 218 legisladores para enviar as acusações ao Senado. Os democratas ocupam 235 cadeiras das 435.

No Senado, o pedido deve ter o apoio de dois terços da Casa, ou seja, 67. Hoje, há 53 republicanos, 45 democratas e 2 independentes.

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