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Novo ataque dos EUA contra 'traficantes venezuelanos' no mar matou 3 pessoas, diz Trump

De acordo com o presidente americano, o ataque ocorreu em um navio que pertencia a um cartel de drogas que se dirigia aos Estados Unidos

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 17h24.

Última atualização em 15 de setembro de 2025 às 18h07.

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O presidente americano Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 15, que o exército americano realizou um ataque a um navio no Caribe que pertencia a um cartel de drogas venezuelano que se dirigia aos Estados Unidos.

Em uma publicação na rede social Truth Social, o republicano afirmou que três homens morreram no ataque, acrescentando que ele ocorreu em águas internacionais.

A confirmação do ataque ocorreu logo após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarar na manhã desta segunda-feira que seu país se defenderá contra o que chamou de "agressão" por parte dos Estados Unidos, segundo informações da agência AFP.

“Esta manhã, sob minhas ordens, as Forças Militares dos Estados Unidos realizaram um segundo ataque (...) contra cartéis de narcotráfico e narcoterroristas extraordinariamente violentos. O ataque ocorreu enquanto esses narcoterroristas confirmados da Venezuela estavam em águas internacionais transportando narcóticos ilegais (uma arma mortal que envenena os americanos!) com destino aos EUA”, escreveu Trump.

Ao justificar a ação, o presidente americano disse que os grupos criminosos representam um perigo para a segurança dos Estados Unidos e os interesses do país.

“Esses cartéis de narcotráfico extremamente violentos REPRESENTAM UMA AMEAÇA à Segurança Nacional, à Política Externa e aos interesses vitais dos EUA”, acrescentou no texto.

Em seguida, Trump também reforçou que qualquer traficante que esteja transportando drogas na região sofrerá ataques das Forças Militares dos Estados Unidos.

“ESTEJA AVISADO — SE VOCÊ ESTÁ TRANSPORTANDO DROGAS QUE PODEM MATAR AMERICANOS, ESTAMOS CAÇANDO VOCÊ! As atividades ilícitas desses cartéis têm causado CONSEQUÊNCIAS DEVASTADORAS NAS COMUNIDADES AMERICANAS HÁ DÉCADAS, matando milhões de cidadãos americanos. NÃO MAIS", disse Trump.

Este é o segundo ataque dos Estados Unidos contra uma embarcação no Caribe em menos de duas semanas. Na primeira ação, ocorrida em 3 de setembro, o presidente americano afirmou que 11 pessoas foram mortas em um barco supostamente utilizado por traficantes de drogas, o que gerou preocupações sobre uma possível violação do direito internacional por parte de Washington.

Pressão sobre a Venezuela

Mais cedo, em resposta ao aumento da presença militar dos EUA no Caribe e ao recente ataque a uma embarcação suspeita de transportar drogas venezuelanas, Nicolás Maduro afirmou que Caracas exercerá seu "direito legítimo de se defender".

"Há uma agressão em andamento, de caráter militar, e a Venezuela está autorizada pelas leis internacionais a enfrentá-la", declarou o presidente venezuelano.

A Casa Branca justificou a presença de navios militares no Caribe para combater o tráfico de drogas. Fontes do governo americano indicam que não se descarta a possibilidade de ataques à Venezuela, visando instalações atribuídas a cartéis, os quais foram classificados como organizações terroristas pelo governo Trump, informou a AFP.

Por sua vez, Maduro, que já havia confirmado o deslocamento de 25 mil soldados das Forças Armadas para a fronteira com a Colômbia e para a costa do Caribe, convocou, na última sexta-feira, reservistas, membros de milícias e voluntários para participar de uma jornada de treinamento militar.

Entenda a crise entre EUA e Venezuela

Nas últimas semanas, os Estados Unidos enviaram uma série de navios de guerra e tropas para o sul do Caribe.

Pelo menos sete navios note-americanos foram deslocados para a região, incluindo um esquadrão anfíbio, além de um submarino nuclear e 4 mil fuzileiros navais e marinheiros, segundo informações da CNN. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram áreas em águas internacionais. A operação se apoia no argumento de que o presidente Nicolás Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.

O governo de Donald Trump considera o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e ofereceu recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, já se recusou a comentar objetivos militares, mas afirmou que o governo dos Estados Unidos vai usar "toda a força" contra Maduro.

"Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas", disse Karoline Leavitt em coletiva de imprensa na Casa Branca, em agosto.

Trump vem se recusando a comentar se vai ordenar um ataque direto ao território venezuelano. Por outro lado, o presidente autorizou que militares atirem contra caças da Venezuela que representem risco à operação americana.

Enquanto isso, Caracas mobiliza militares e milicianos para se preparar para um possível ataque. O aumento da presença militar americana e a preparação venezuelana elevam tensões no Caribe, gerando preocupação internacional.

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