O casal foi envenenado pelo agente nervoso Novichok que estava em um frasco de perfume em Amesbury (Henry Nicholls/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de julho de 2018 às 09h23.
Última atualização em 16 de julho de 2018 às 09h26.
Londres - O agente nervoso Novichok com o qual um casal foi intoxicado em Amesbury (Inglaterra) em 30 de junho estava em um frasco de perfume, segundo informou nesta segunda-feira o irmão de Charlie Rowley, uma das vítimas.
Em entrevista à "BBC", Matthew Rowley contou que seu irmão - que continua internado em estado grave -, pegou um frasco de perfume que continha a substância.
O homem, de 45 anos, e sua companheira Dawn Sturgess, de 44, estiveram expostos a este agente nervoso, que provocou a morte da mulher em 8 de julho.
No entanto, a polícia encarregada da investigação rejeitou comentar o testemunho realizado pelo familiar da vítima.
Na sexta-feira, os agentes britânicos já haviam informado que em 11 de julho haviam encontrado "uma pequena garrafa durante a revista na residência de Charlie Rowley em Amesbury", que foi levada até o Laboratório de Defesa, Ciência e Tecnologia em Porton Down em Wiltshire (Inglaterra) para a realização da correspondente análise.
Depois dos testes, os cientistas confirmaram que a substância que continha na garrafa era Novichok. "Serão realizadas mais provas científicas para tentar determinar se é do mesmo lote que contaminou o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia em março", agregaram as autoridades.
Igualmente, a polícia britânica informou que as revistas que estão acontecendo em Salisbury e Amesbury poderiam durar meses até conseguir compilar cerca de 400 amostras.
Por sua vez, o filho da morta, Ewan Hope, de 19 anos, fez uma chamada dirigida ao presidente americano, Donald Trump, para que exponha seu caso ao líder russo, Vladimir Putin.
"Não concordo com as políticas de Trump e nunca as apoiarei, mas eu gostaria que falasse do caso da minha mãe ao governante russo", declarou ao jornal "Sunday Mirror". "Precisamos fazer justiça pela minha mãe", disse.
Cerca de cem detetives antiterroristas participam da investigação, às quais foram convidados também especialistas independentes da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, pelas suas siglas em inglês) com o objetivo de confirmar a identificação do Novichok, um composto fabricado pela União Soviética entre os anos 70 e 90.