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Novas inundações na Califórnia deixam milhares sem eletricidade

As autoridades relataram danos às linhas de energia elétrica, assim como várias estradas e campos inundados. Mais de 50 mil residências ficaram sem eletricidade

Casa inundada pelas ondas do rio Salinas, perto de Chualar, Califórnia, em 14 de janeiro de 2022 (ROMAIN FONSEGRIVES / © AGENCE FRANCE-PRESSE/AFP)

Casa inundada pelas ondas do rio Salinas, perto de Chualar, Califórnia, em 14 de janeiro de 2022 (ROMAIN FONSEGRIVES / © AGENCE FRANCE-PRESSE/AFP)

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AFP

Publicado em 14 de janeiro de 2023 às 19h50.

Outro dilúvio atingiu, neste sábado (14), o estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, causando grandes inundações, após três semanas de chuvas recordes que mataram pelo menos 19 pessoas.

Uma impressionante onda de chuvas - e nevascas nas áreas montanhosas - devastou muitas áreas do estado mais populoso do país, cujos solos já alagados estão chegando ao ponto de saturação.

Espera-se ainda que outro sistema de baixa pressão chegue do oceano Pacífico neste sábado, lavando a costa, os vales e depois as montanhas da Califórnia, alertou o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês).

As autoridades relataram danos às linhas de energia elétrica, assim como várias estradas e campos inundados. Mais de 50 mil residências ficaram sem eletricidade.

Mais acostumada à chuva

Na região de Salinas, cidade de 160 mil habitantes ao sul de São Francisco, onde transbordou o rio de mesmo nome, a enchente afetou os recantos agrícolas do vale, mas não atingiu as áreas urbanas.

Sob céu nublado e chuva intermitente, o curso d'água escapou de seu leito em alguns pontos, inundando centenas de metros de campos.

Numa das áreas, dois tratores com equipamentos de bombeamento devolveram ao rio a água acumulada pelas chuvas dos últimos dias, para evitar que o solo alagasse por completo.

Uma série de tempestades tem assolado a Califórnia nas últimas semanas. As breves interrupções mal dão às autoridades tempo para limpar os detritos ou restaurar a energia. E segundo meteorologistas, o clima extremo ainda não acabou.

Espera-se o retorno de um "rio atmosférico" -  faixa de umidade que carrega grandes quantidades de água dos trópicos - na segunda-feira, feriado nos Estados Unidos. O NWS adverte sobre "novas ondas de precipitação extrema".

Um metro de neve

Na montanha, este fenômeno se traduz em fortes nevascas, com previsão de mais de um metro durante o fim de semana na Serra Nevada, pelo que as autoridades alertam para o risco de avalanches e desaconselham qualquer deslocamento.

Imagens divulgadas pelas autoridades de uma importante rodovia na região do lago Tahoe mostram dezenas de carros parados em uma tempestade de neve na manhã de sábado.

Pelo menos 19 pessoas morreram desde o início desta série de eventos climáticos. A Califórnia está acostumada com o clima extremo e as tempestades de inverno.

Porém, cientistas dizem que as mudanças climáticas, alimentadas pela queima de combustíveis fósseis, está tornando esses eventos mais ferozes.

Embora esteja causando desastres de curto prazo, a chuva é muito necessária no oeste americano, onde mais de duas décadas de seca impuseram restrições sem precedentes ao uso da água.

No entanto, especialistas alertam que mesmo as chuvas monstruosas que atingiram a região este mês não vão reverter mais de 20 anos de chuvas abaixo da média.

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