Mundo

Nova Zelândia proíbe venda de fuzis de assalto após atentado

Comercialização de armas semiautomáticas também está proibida; governo esperar que a nova lei sobre o assunto esteja pronta até o dia 11 de abril

Ataque em Christchurch: reforma na legislação propõe uma anistia para aqueles que entreguem suas armas, assim como de um plano de recompra por parte das autoridades (Edgar Su/Reuters)

Ataque em Christchurch: reforma na legislação propõe uma anistia para aqueles que entreguem suas armas, assim como de um plano de recompra por parte das autoridades (Edgar Su/Reuters)

E

EFE

Publicado em 21 de março de 2019 às 06h08.

Última atualização em 21 de março de 2019 às 08h33.

Sydney (Austrália) —A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira que seu país proibirá as fuzis de assalto e armas semiautomáticas de estilo militar como as usadas no ataque supremacista da última sexta-feira, 15, enquanto que a polícia identificou todas as vítimas.

Em um pronunciamento transmitido ao vivo para todo o país, Ardern disse esperar que a nova lei sobre uso de armas esteja pronta no próximo dia 11 de abril, iniciativa que recebeu um amplo apoio popular após o massacre onde 50 pessoas foram mortas.

"Agora, seis dias após o ataque, vamos anunciar uma proibição de todos os fuzis de assalto e armas semiautomáticas de estilo militar na Nova Zelândia", disse a governante.

"Todas as armas semiautomáticas de estilo militar usadas durante o ataque terrorista na sexta-feira, 15 de março, serão proibidas", completou a premier, observando que o projeto de lei será apresentado ao parlamento no próximo mês de abril.

Além disso, proibirá os carregadores de alta capacidade e as peças utilizadas para que alguns fuzis se transformem em semiautomáticos, como supostamente aconteceu com uma das armas utilizadas durante o ataque às mesquitas.

A proposta legislativa inclui exceções como no controle de pragas e competições internacionais de tiro da polícia e Forças de Defesa.

A reforma propõe uma anistia para aqueles que entreguem suas armas, assim como de um plano de recompra por parte das autoridades que será anunciado em breve.

Em comunicado, a polícia informou que terminou o processo de identificação de todas as vítimas do ataque atribuído ao australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, que disparou contra muçulmanos que rezavam nas mesquitas de Al Noor e Linwood.

"Fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para devolvê-los o mais rápido possível e, ao mesmo tempo, asseguramos que coletamos todas as evidências e informações de que precisamos para um processo criminal", disse o comissário da Polícia, Mike Bush.

Os mortos incluem Mucaad Ibrahim, que aos 3 anos, é o mais jovem de todos os mortos no atentado, e Sayyad Milne, um estudante neozelandês de 14 anos que foi enterrado hoje no cemitério Memorial Park, no leste de Christchurch.

Nas próximas horas acontecerá o sepultamento de Haji-Daoud Nabi, afegão de 71 anos que chegou na Nova Zelândia na década de 1970 e que salvou algumas pessoas durante o ataque à mesquita de Al Noor.

Do total de 50 feridos, 29 ainda estão hospitalizados, dos quais nove permanecem em estado grave, incluindo uma menina de 4 anos que foi transferida para Auckland.

A Nova Zelândia se prepara para homenagear as vítimas amanhã, após uma semana do ataque atribuído ao australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, enquanto as mesquitas de Al Noor e Linwood abrem suas portas para as costumeiras orações de sexta-feira. EFE

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasNova ZelândiaTiroteios

Mais de Mundo

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional

Ataque de Israel ao sul do Líbano deixa um militar morto e 18 feridos