Parlamentares da Nova Zelândia votaram de forma quase unânime a favor de mudanças nas leis de armas (Jorge Silva/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de abril de 2019 às 09h54.
Última atualização em 10 de abril de 2019 às 10h12.
Wellington — Parlamentares da Nova Zelândia votaram de forma quase unânime a favor de mudanças nas leis de armas, nesta quarta-feira, quase um mês após o pior ataque a tiros em tempos de paz na história do país, no qual 50 pessoas foram mortas em duas mesquitas da cidade de Christchurch.
O Parlamento aprovou o projeto de lei de reforma, as primeiras alterações substanciais nas leis de armas do país em décadas, por 119 a 1. O Legislativo precisa agora do consentimento real do governador-geral para ratificá-la.
"Houve muito poucas ocasiões em que vi o Parlamento se unir assim, e não consigo imaginar circunstâncias em que isso seja mais necessário", disse a primeira-ministra, Jacinda Ardern, ao apresentar a legislação.
Jacinda proibiu a venda de todos os fuzis semiautomáticos e de assalto de estilo militar seis dias após o massacre de 15 de março, e anunciou planos para endurecer as leis de armas.
Um atirador solitário usou armas semiautomáticas nos ataques às mesquitas de Christchurch, matando 50 pessoas que participavam das preces de sexta-feira.
Autoridades apresentaram 50 acusações de assassinato contra o australiano Brenton Tarrant, suposto supremacista branco de 28 anos, após os ataques.
Os novos limites proíbem a circulação e o uso da maioria das armas semiautomáticas, peças que convertem armas de fogo em armas semiautomáticas, pentes acima de uma certa capacidade e algumas espingardas.
As leis de armas em vigor permitiam licenças de armas de padrão A, que cobriam semiautomáticas limitadas a sete tiros.
Desde o massacre do mês passado, a Nova Zelândia reforçou a segurança e cancelou vários eventos em Auckland, sua maior cidade, que ocorreriam em um feriado do dia 25 de abril.