Judith Collins, ministra de Defesa da Nova Zelândia (Hagen Hopkins/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 12h24.
A ministra de Defesa da Nova Zelândia, Judith Collins, afirmou neste sábado, 22, que navios de guerra chineses realizaram uma nova manobra com "fogo real" em águas internacionais próximas, um dia após exercícios semelhantes terem gerado protestos na Austrália.
"Temos a confirmação de que o pessoal da Marinha, na fragata HMNZS Kaha, observou o disparo de munição real" de um cruzador do Exército chinês da classe Renhai chamado Zunyi, disse Collins em um comunicado.
A ministra neozelandesa afirmou que o esquadrão do Exército de Libertação Popular (ELP), composto por três navios de guerra, "relatou uma segunda rodada de atividades com munição real na tarde de sábado".
As manobras da China no Mar da Tasmânia, entre a Nova Zelândia e a Austrália, geraram reclamações entre os dois países vizinhos e forçaram o desvio de voos civis.
"A Defesa está trabalhando com a Autoridade de Aviação Civil da Nova Zelândia para garantir que todas as aeronaves sejam notificadas", destacou Collins.
A Força de Defesa da Austrália acusou Pequim na sexta-feira de realizar essas manobras militares com fogo real sem aviso prévio, levando Canberra a exigir explicações do gigante asiático.
Os navios chineses, que estavam em águas próximas ao estado australiano de Nova Gales do Sul há vários dias, deram um alerta por meio de transmissão verbal de rádio em um canal de aeronaves civis sobre sua intenção de realizar atividades com fogo real no Mar da Tasmânia.
O alerta levou a autoridade de aviação da Austrália a emitir um aviso pedindo que os voos evitassem a área, o que foi seguido por companhias aéreas como Emirates, Qantas e Air New Zealand.
O governo australiano disse à Agência EFE na última quinta-feira que coordenou com seus parceiros regionais, incluindo a Nova Zelândia, sua resposta a essa ação da China, que costuma realizar travessias semelhantes por águas mais próximas de seu território e nas quais disputa territórios com países vizinhos, como as Filipinas.
Pequim reivindica quase todo o Mar da China Meridional, rico em recursos, que é essencial para o comércio global, e nos últimos anos aumentou sua influência nas ilhas do Pacífico Sul, historicamente associadas a Austrália e Nova Zelândia, países parceiros dos Estados Unidos.