Fila de testagem em Nova York: ainda há regiões da cidade com taxa baixa de vacinação (Spencer Platt/Getty Images)
Carolina Riveira
Publicado em 6 de dezembro de 2021 às 15h04.
Última atualização em 7 de dezembro de 2021 às 17h49.
A cidade de Nova York deu mais um passo às restrições a moradores que não se vacinaram contra a covid-19. O prefeito democrata Bill de Blasio anunciou nesta segunda-feira, 6, que todos os funcionários do setor privado na cidade serão submetidos a uma vacinação obrigatória.
A medida passa a valer a partir de 27 de dezembro, em meio aos esforços da Prefeitura para evitar a explosão de novas ondas de contágio. A nova regra deve impactar quase 184.000 empresas e comércios.
"Aqui, em Nova York, decidimos lançar um ataque preventivo [contra o coronavírus] para fazer algo ousado de modo a parar a propagação da covid e os riscos que representa para todos", disse De Blasio à rede de televisão MSNBC.
Nacionalmente, o presidente dos EUA, Joe Biden, também tenta implementar uma ordem de vacinação obrigatória, mas somente em empresas com mais de 100 funcionários.
A medida do governo federal deveria entrar em vigor em 4 de janeiro, mas está atualmente suspensa pela justiça após processos de estados conservadores.
Também foi anunciado hoje em Nova York que a partir de 27 de dezembro todos os moradores maiores de 12 anos deverão apresentar comprovante de vacinação completa (não somente uma dose) para entrar em uma série de espaços, como restaurantes e teatros.
As medidas mais rigorosas vêm em meio à preocupação com a variante ômicron do coronavírus, confirmada em ao menos 15 estados dos EUA. Na semana passada, a Prefeitura já havia decretado estado de emergência na cidade Nova York, de 8 milhões de habitantes.
Nova York, a maior cidade dos Estados Unidos, foi particularmente afetada pela pandemia em 2020, com ao menos 34.000 mortes.
A cidade como um todo tem parcela significativa da população vacinada: 70% têm esquema vacinal completo, e a fatia sobre para 82% se contabilizados só os adultos.
Mas os números têm estagnado nos últimos meses, o que indica que novas pessoas não estão indo se vacinar ou não estão voltando para tomar segunda dose.
Além disso, há disparidades entre as diversas regiões da cidade: enquanto Manhattan, a área mais rica, tem 76% da população vacinada, Bronx e Brooklyn, regiões mais diversas, têm 64%.
De Blasio, que é do Partido Democrata e está no governo de Nova York desde 2014, termina seu mandato em 31 de dezembro.
Ele será substituído por Eric Adams, ex-policial eleito em novembro, também do Partido Democrata.
Adams, que é de uma aula mais centrista do partido, ainda não confirmou se manterá as restrições implementadas por De Blasio ou se fará mudanças no plano de combate à pandemia.