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Nova York implementa primeiro pedágio urbano dos EUA

Motoristas agora pagam até US$ 9 (R$ 55) por dia para acessar áreas centrais, em medida que visa reduzir tráfego e financiar transporte público.

Câmeras de monitoramento em Manhattan registram veículos na nova zona de congestionamento em Nova York. (KENA BETANCUR / AFP/AFP)

Câmeras de monitoramento em Manhattan registram veículos na nova zona de congestionamento em Nova York. (KENA BETANCUR / AFP/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 10h07.

Nova York se tornou a primeira cidade dos Estados Unidos a implementar o pedágio urbano, com motoristas de automóveis pagando até US$ 9 (R$ 55) por dia para acessar áreas centrais da cidade. A medida, que entrou em vigor no domingo, 5, abrange 400 vias monitoradas por mais de 1.400 câmeras, prometendo aliviar o tráfego e gerar bilhões de dólares para o sistema de transporte público. As informações são da BBC.

O CEO da Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA), Janno Lieber, afirmou que o sistema começou a operar à meia-noite, com detecção em mais de 110 pontos e placas informativas instaladas em mais de 800 locais. A zona de congestionamento cobre a região ao sul do Central Park, incluindo pontos turísticos como o Empire State Building, Times Square e Wall Street.

Taxas e impacto

A tarifa foi estruturada para desestimular o tráfego em horários de pico. Motoristas de carros particulares pagam US$ 9 (R$ 55) durante esses períodos e US$ 2,25 (R$ 13,76) em horários de menor movimento. Caminhões pequenos e ônibus não-comerciais pagam US$ 14,40 (R$ 88,07), enquanto veículos maiores, como caminhões pesados e ônibus turísticos, enfrentam uma tarifa de US$ 21,60 (R$ 132,10).

A iniciativa visa melhorar a mobilidade em uma das cidades mais congestionadas do mundo. Segundo a INRIX, empresa de análise de dados de tráfego, Nova York liderou o ranking global de congestionamento urbano em 2024, com velocidades médias de 17 km/h no centro de Manhattan durante horários de pico.

Apesar disso, a medida tem gerado polêmica. Motoristas reclamaram da falta de aviso e do impacto financeiro. “De quem foi essa ideia? Kathy Hochul? Ela deveria ser presa por ignorância”, criticou Chris Smith, corretor imobiliário de Nova Jersey.

Controvérsias e oposição

A iniciativa foi defendida pela governadora de Nova York, Kathy Hochul, como essencial para o futuro da mobilidade urbana. No entanto, sofreu atrasos após críticas sobre impactos para moradores e empresas locais. Em junho passado, Hochul pausou um plano anterior, alegando “consequências indesejadas”.

O maior opositor é o presidente eleito Donald Trump, que prometeu eliminar a tarifa quando reassumir o cargo este mês. Republicanos locais também pressionaram por uma intervenção, com o congressista Mike Lawler chamando a medida de "um absurdo esquema de arrecadação de dinheiro".

Apesar da resistência, um tribunal rejeitou um pedido de autoridades de Nova Jersey para bloquear a tarifa, citando preocupações ambientais em áreas adjacentes.

Reações locais

Enquanto alguns criticam o impacto financeiro, outros apoiam a medida por seus benefícios potenciais. Phil Bauer, um cirurgião que mora em Midtown Manhattan, elogiou a ideia: “Acho que a proposta é boa para minimizar o tráfego e promover o uso do transporte público”.

Os motoristas começarão a ver as cobranças em suas contas do E-Z Pass nos próximos dias, segundo Lieber. “Esperamos que isso contribua para melhorar o trânsito em Manhattan e a qualidade de vida dos nova-iorquinos”, concluiu.

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