Trump Tower (© 2019 Bloomberg L.P/Bloomberg)
Vanessa Barbosa
Publicado em 19 de abril de 2019 às 10h36.
A cidade de Nova York está tomando providências para reduzir o consumo de energia de alguns de seus edifícios mais famosos, incluindo a Trump Tower.
Na câmara municipal, tramitam leis que visam emissões de poluentes por imóveis, como parte de um pacote que tem o apoio do prefeito Bill de Blasio. Proprietários de prédios residenciais e comerciais com mais de 2.322 metros quadrados serão forçados a instalar novos sistemas de ar condicionado, caldeiras, janelas e equipamentos isolantes para reduzir as emissões de dióxido de carbono em 40 por cento até 2030, avançando no objetivo da cidade de redução de 80 por cento até 2050. Quem não cumprir, pode ser multado.
A câmara municipal está votando diversas medidas para diminuir a emissão de poluentes, mas os edifícios são alvo importante porque usam eletricidade, gás natural e outros combustíveis e, na cidade, são responsáveis por dois terços da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Segundo o vereador Costa Constantinides, principal proponente da legislação, essas novas leis formariam “a maior política de redução de emissões já adotada por uma cidade”. Proprietários de edifícios com inquilinos afirmam que estão sendo injustamente visados.A legislação tem exceções para hospitais, igrejas e moradias populares. Por causa dessas exceções, “edifícios comerciais e residenciais sem subsídios são forçados a arcar com todo o ônus do que é inegavelmente um problema compartilhado pela sociedade”, escreveu John Banks,presidente do Comitê Imobiliário de Nova York, na Real Estate Weekly, uma publicação do setor.
Trump Tower
Com base em auditorias municipais, a Trump Tower, no bairro Midtown, em Manhattan, usou mais energia por metro quadrado do que 93 por cento dos edifícios residenciais de grande porte, segundo a ALIGN, coalizão de associações comunitárias e trabalhistas que apóia a legislação. A ALIGN examinou dados de 50.000 edifícios com área superior a 2.322 metros quadrados, segundo a diretora executiva Maritza Silva-Farrell.
Amanda Miller, porta-voz da Organização Trump, não retornou imediatamente solicitações de comentário da reportagem. Constantinides negou qualquer intenção específica com o presidente Donald Trump ou a organização dele.
Gastos já realizados
Tony Gigantiello, síndico de um complexo de 364 apartamentos, conta que, na última década, já gastou US$ 10 milhões em reformas para obter economias de energia superiores a 40 por cento. A nova legislação municipal ignoraria essa despesa anterior e exigiria que o condomínio gastasse mais dinheiro para reduzir as emissões de poluentes em mais 40 por cento, segundo ele. “É absurdamente injusto.”A câmara municipal de Nova York está discutindo outros projetos de lei, incluindo:
Exigência de que a frota de ônibus escolares seja totalmente movida a eletricidade (já existe um esforço neste sentido com o transporte público). Estudos para substituir 21 termelétricas movidas a gás natural por usinas de energia renovável e armazenamento de energia em baterias. Emendas legislativas para acelerar a instalação de turbinas eólicas de pequeno e grande porte.