Nova York: governadora decreta estado de emergência devido às fortes chuvas (Fatih Aktas/Anadolu Agency/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de setembro de 2023 às 09h54.
Última atualização em 30 de setembro de 2023 às 09h55.
Uma forte tempestade atingiu a região metropolitana de Nova York nesta sexta-feira, 29, provocando inundações repentinas, fechando linhas de metrô, transformando estradas em lagos e fazendo estudantes buscarem abrigo em andares superiores de escolas debaixo d'água.
A governadora do Estado, Kathy Hochul, declarou estado de emergência, pedindo que os moradores ficassem em casa e alertando aos que vivem em apartamentos abaixo do nível da rua para que se preparassem para o pior.
Cascatas de água fecharam o serviço de metrô em grande parte da cidade. Os trens foram redirecionados sem aviso prévio. O Central Park tornou-se uma Veneza em miniatura, com rios na altura da cintura sob suas icônicas pontes em arco.
A tempestade de ontem foi precedida por dias de chuva intensa. Este é o setembro mais chuvoso de Nova York nos últimos 140 anos. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional, até a manhã de ontem haviam caído mais de 30 centímetros de chuva no mês - índice superado apenas pelos 43 centímetros registrados em setembro de 1882.
A atenção das autoridades municipais se concentrou nos moradores que vivem em zonas de maior risco, dois anos depois que o furacão Ida causou inundações em porões que mataram 11 pessoas no Queens. Muitos desses apartamentos, a maioria ocupados por imigrantes ou pessoas de baixa renda, não podem ser alugados legalmente por não dispor de rotas de fuga em caso de inundação. "Até onde sabemos, nenhuma criança está em perigo", disse a governadora.
No entanto, algumas escolas pediram aos pais que voltassem para buscar seus filhos, o que os funcionários disseram mais tarde ser exatamente a "coisa errada a se fazer". "Manter a escola aberta sabendo que isso estava por acontecer é uma irresponsabilidade", disse Jessamyn Lee, mãe de duas crianças do Brooklyn.
As frustrações dos pais aumentaram ao longo do dia, à medida que se aproximava a hora de buscar os filhos nas escolas em meio às inúmeras interrupções no trânsito, que ameaçavam deixar as crianças presas em diferentes bairros e distritos.
A chuva também causou estragos nas ruas e rodovias mais movimentadas da cidade, inundando partes da Avenida Franklin D. Roosevelt, no East River, e fechando a Belt Parkway, no Brooklyn. Muitos voos foram cancelados ou partiram com atraso nos aeroportos John F. Kennedy e La Guardia.
A sensação de que as autoridades municipais foram surpreendidas irritou muitos nova-iorquinos. O prefeito, Eric Adams, foi criticado por não alertar os residentes sobre a tempestade com rapidez. Jumaane Williams, ex-procurador da cidade, condenou a resposta da prefeitura.
"Do céu laranja às ruas inundadas, um padrão está se tornando cada vez mais claro: a administração municipal tem atuado de forma atrasada e insuficiente no uso das ferramentas mais eficazes para notificar os nova-iorquinos sobre condições extremas, que estão se tornando cada vez mais frequentes."
Apesar dos transtornos para a população voltar para casa na maior metrópole dos EUA, as autoridades municipais não registraram nenhuma morte ou ferimento relacionados à tempestade.