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Nova rodada de negociações de paz na Síria começa em Genebra

Desde 2016, cinco rodadas de negociações já foram realizadas sem produzir avanços consideráveis

Síria: segundo Bashar al-Assad, "não há nada substancial nas reuniões de Genebra" (Denis Balibouse/Reuters)

Síria: segundo Bashar al-Assad, "não há nada substancial nas reuniões de Genebra" (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de maio de 2017 às 09h10.

Genebra - Uma nova rodada de negociações de paz para Síria, com a participação de delegações do governo sírio e da oposição político-armada, começou nesta terça-feira, em Genebra (Suíça), sob a condução do mediador das Nações Unidas, Staffan de Mistura.

Os representantes do Governo de Damasco, dirigidos pelo chefe da delegação, o embaixador sírio no órgão, Bashar Jaafari, chegaram às 9h05 (horário local, 4h05 de Brasília) aos escritórios da ONU para uma primeira reunião.

Desde 2016, já foram realizadas cinco rodadas de negociações, onde Staffan de Mistura agiu como mediador, mas sem produzir avanços consideráveis na busca por um acordo político para encerrar o conflito no país árabe.

Paralelamente a este processo político, Rússia, Turquia e Irã também lançaram uma iniciativa de alcance militar que se desenvolve em Astana, capital do Cazaquistão.

Nela resultou em um frágil acordo de cessar-fogo, em vigor desde dezembro do ano passado.

Em uma primeira declaração pública, na véspera do início das reuniões, o negociador-chefe da oposição, Naser Hariri, disse que "o caminho para a liberdade da Síria acontece por Genebra", mas vai no sentido contrário do menosprezo mostrado pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, pouco antes pelas negociações nesta cidade.

O presidente sírio afirmou, em uma emissora de televisão da Bielorrússia, que "não há nada substancial nas reuniões de Genebra", considerando que são encontros "puramente para a imprensa".

No entanto, este tipo de declarações não são incomuns no contexto destas negociações, seja por parte do governo sírio como da oposição, unida em torno da Comissão Suprema para as Negociações (CSN).

Nas primeiras rodadas de negociações, Staffan de Mistura teve que concentrar seus esforços em que a delegação governamental aceitasse a CSN como interlocutor, em meio de acusações de que entre suas fileiras figuravam terroristas.

Posteriormente o mediador conseguiu que os dois lados aceitassem uma agenda de trabalho e que possui quatro pontos: a criação de um governo crível, inclusivo e não sectário; um calendário e processo para a elaboração de uma nova Constituição; eleições livres e justas supervisionadas pela ONU; e a luta antiterrorista.

O desafio agora é obter resultados concretos em cada um dos temas e que uns não se convertam em reféns dos outros, uma vez que a prioridade para o governo é a luta contra o terrorismo.

Por outro lado, a oposição pediu para entrar nas negociações para uma transição política na Síria e a saída de Bashar al-Assad do poder.

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