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Nova premier interina do Nepal toma posse para liderar transição após protestos violentos

Sushila Karki, ex-presidente do Supremo Tribunal, foi a escolha dos estudantes manifestantes cujos protestos na segunda-feira deram início a uma revolta em massa

Sushila Karki é a única mulher a ter presidido a Suprema Corte do Nepal  (Redes Sociais/Reprodução)

Sushila Karki é a única mulher a ter presidido a Suprema Corte do Nepal (Redes Sociais/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 14h46.

Última atualização em 13 de setembro de 2025 às 11h35.

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A ex-presidente do Supremo Tribunal do Nepal, Sushila Karki, tomou posse nesta sexta-feira, e vai liderar a transição para o próximo primeiro-ministro do país depois que protestos violentos derrubaram o governo nesta semana. Aos 73 anos, Karki tornou-se a primeira mulher a liderar o país.

A ebulição social dos últimos dias deixou ao menos 51 mortos e centenas de feridos durante confrontos e incluiu o incêndio do Parlamento, culminando na renúncia do primeiro-ministro, KP Sharma Oli, e no fim das restrições impostas pelo governo às redes sociais — motivo da fúria das multidões que tomaram as ruas.

— Parabéns! Desejamos sucesso a você e ao país — disse o presidente Ram Chandra Paudel a Karki após a cerimônia de posse transmitida pela televisão estatal.

Os protestos foram alimentados pelos problemas econômicos de longa data do Nepal, onde um quinto da população entre 15 e 24 anos está desempregada, de acordo com o Banco Mundial, e o PIB per capita é de apenas US$ 1.447.

Na quinta-feira, as autoridades nepalesas disseram ter recapturado mais de 200 dos 13.500 presos que escaparam da prisão esta semana, aproveitando o caos dos protestos violentos e a renúncia do primeiro-ministro. Mais de 12.500 prisioneiros continuam foragidos, disse o porta-voz da polícia Binod Ghimire à AFP na sexta-feira.

Quem é Sushila Karki?

Nascida em 7 de junho de 1952, em Biratnagar, a 400 km da capital Katmandu, Karki estudou Ciência Política e Direito antes de iniciar carreira no setor jurídico e em reformas legais. Com décadas de atuação como advogada e depois juíza, ela assumiu como chefe interina da Corte entre abril e julho de 2016 e, em seguida, como chefe de Justiça entre julho de 2016 e junho de 2017 — a primeira e única mulher a ocupar o posto.

Durante o período, conduziu julgamentos históricos sobre justiça de transição e disputas eleitorais, reforçando o papel da Corte como guardiã da democracia. Em abril de 2017, enfrentou um processo de impeachment apresentado pelo Partido Maoísta e pelo Congresso nepalês, que acabou retirado após pressão popular e decisão judicial provisória.

Karki é casada com Durga Prasad Subedi, ex-líder da ala jovem do Parlamento, a quem conheceu durante os estudos em Banaras, na Índia.

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