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Nova incerteza na Europa: parlamento espanhol tira Rajoy

Rajoy tem grandes chances de perder o posto: seu partido, o PP, tem sido alvo de investigações por corrupção e abuso de poder desde o século passado

Perigo: primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, sofre moção de confiança, e é julgado por Parlamento  (Paul Hanna/Reuters)

Perigo: primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, sofre moção de confiança, e é julgado por Parlamento (Paul Hanna/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2018 às 06h11.

Última atualização em 1 de junho de 2018 às 08h54.

O Parlamento da Espanha decidiu, nesta sexta-feira, sacar o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, do governo do país. Ele enfrentou uma moção de confiança – para verificar se a população confia no governo, ou se ele possui maioria no Parlamento –, que colocou em xeque sua legitimidade no poder.

Rajoy tinha grandes chances de perder o posto, uma vez que seu partido, o PP, tem sido alvo de investigações por corrupção e abuso de poder desde o século passado. O caso Gürtel, que investigou seu partido entre 1999 e 2005, já fez com que o PP pagasse 245.000 euros à Justiça espanhola. Na semana passada, o partido sofreu outro revés, após 29 pessoas ligadas ao PP terem sido condenadas pelos crimes de falsificação de contas e tráfico de influência.

Esta não era a primeira vez que Rajoy passava por este processo. Em junho do ano passado, o primeiro-ministro espanhol sofreu uma moção de confiança pelos mesmos motivos: corrupção em seu partido. No cargo de primeiro-ministro desde 2016, Rajoy afirmou que vai terminar seu mandato (até 2020) e que a moção é uma “chantagem da oposição”. Para que Rajoy seja destituído do cargo, a oposição precisa de mais de 176 votos contrários a sua permanência, em um total de 350.

A oposição via a ação como uma oportunidade para tentar tirar o poder das mãos do partido de centro-direita. Uma pesquisa realizada sobre uma possível antecipação das eleições mostrou que o partido liberal Ciudadanos lidera as pesquisas de opinião e seria o vencedor mais provável.

Com a instabilidade na capital espanhola, a região da Catalunha comemora. O governo da Espanha controla a Catalunha deste outubro do ano passado, quando acionou o artigo 155 da Constituição e tirou o título de região autônoma. A ação, vale lembrar, ocorreu após o ex-líder do Parlamento, Carles Puigdemont, declarar independência da Catalunha, em um longo processo separatista. Rajoy era o principal opositor ao movimento separatista.

Sua saída dá um novo impulso ao movimento catalão. Outra consequência é jogar mais um grande país europeu na incerteza, depois da a Itália ter fracassado, nos últimos dias, em formar um governo de coalizão.

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