Mundo

Nova enfermeira infectada com ebola viajou com febre

Amber Vinson, de 29 anos, é a segundo pessoa infectada com o ebola nos Estados Unidos


	O Hospital Presbiteriano de Dallas, onde dois funcionários foram infectados com o vírus ebola
 (Mike Stone/AFP)

O Hospital Presbiteriano de Dallas, onde dois funcionários foram infectados com o vírus ebola (Mike Stone/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 17h59.

Dallas - Uma segunda enfermeira do Estado norte-americano do Texas que foi infectada com o ebola pegou um avião de Ohio para Dallas levemente febril uma dia antes de ser diagnosticada, despertando novos temores a respeito dos esforços para conter a doença nos Estados Unidos.

A chance de outros passageiros terem sido contaminados é muito pequena, mas a enfermeira não deveria estar no voo, afirmou o doutor Thomas Frieden, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), aos repórteres.

Amber Vinson, de 29 anos, foi isolada imediatamente após relatar a febre na terça-feira, informaram autoridades do Departamento de Serviços Estaduais de Saúde do Texas.

Ela tratou do liberiano Thomas Eric Duncan, que morreu em decorrência do ebola e foi o primeiro paciente diagnosticado com o vírus mortal em solo norte-americano.

Amber, que trabalha no hospital Texas Health Presbyterian em Dallas, pegou um voo da Frontier Airlines da cidade de Cleveland, no Ohio, para o Aeroporto Internacional Dallas/Fort Worth na segunda-feira, declararam as autoridades.

A mais recente revelação deu ensejo a novos questionamentos sobre a abordagem do caso Duncan e seu desfecho tanto por parte do hospital quanto do CDC.

Mais cedo, o CDC disse estar pedindo que todos os 130 passageiros do voo da Frontier liguem para o atendimento telefônico do centro.

Em Washington, a Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Barack Obama, adiou abruptamente uma viagem política que faria nesta quarta-feira para convocar uma reunião de alto escalão a respeito da reação do governo ao surto do ebola.

A decisão indica que a preocupação da Casa Branca aumentou desde o surgimento dos relatos sobre Amber, que funcionários governamentais afirmaram estar sendo transferida para tratamento no Hospital da Universidade Emory, na cidade de Atlanta. Pelo menos 4.493 pessoas morreram no oeste da África na pior epidemia de ebola, mas os casos nos EUA e na Europa ainda são poucos.

Frieden disse que Amber vinha se monitorando para detectar sintomas da doença e que não relatou que sua temperatura chegou a 37,5º Celsius antes de partir para Dallas.

Mesmo assim, Frieden afirma que o risco para os outros passageiros é “muito baixo”, porque ela não vomitou nem sangrou durante o voo.

Ele acrescentou que as autoridades identificaram três pessoas que tiveram contato direto com a enfermeira antes de ela ser isolada.

A doutora Mary DiOrio, chefe interina da Divisão de Prevenção e Promoção de Saúde do Departamento de Saúde de Ohio, disse aos repórteres que Amber visitou familiares na cidade de Akron entre 8 e 13 de outubro antes de voar para Dallas.

As ações das empresas aéreas norte-americanas caíram de novo nesta quarta-feira por conta dos temores renovados de uma queda nas viagens aéreas.

O receio a respeito do Ebola também contribuiu para uma queda de quase dois por cento no Índice Industrial Médio de Dow Jones, já sob pressão em razão dos temores econômicos globais.

Alerta das Enfermeiras

No final de semana, a enfermeira Nina Pham, de 26 anos, tornou-se a primeira pessoa infectada com a febre hemorrágica nos Estados Unidos. Ela cuidou de Duncan durante a maior parte de seus 11 dias de internação. O hospital relatou que Pham está “em bom estado”.

A National Nurses United, entidade que funciona como sindicato e associação da categoria no país, declarou na terça-feira que o hospital carece de protocolos para lidar com pacientes com Ebola, não ofereceu treinamento avançado nem equipamento pessoal suficiente --a vestimenta deixava o pescoço exposto.

Procedimentos básicos de controle de infecções foram violados pelo Departamento de Doenças Infecciosas do hospital e por funcionários do CDC, disseram as enfermeiras, contando que os resíduos tóxicos estavam “empilhados até o teto”.

Além de mais funcionários do CDC no Presbyterian de Dallas, duas enfermeiras da Universidade Emory, que tem um hospital especializado que já tratou de pacientes de Ebola oriundos do oeste africano, estão na cidade para treinar os funcionários.

A perspectiva de um final rápido do contágio diminuiu, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) previu que Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países africanos mais afetados pelo vírus, podem gerar até 10 mil novos casos de Ebola até o início de dezembro.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês