Mundo

Notre-Dame não terá missa de Natal pela primeira vez em mais de 200 anos

O incêndio na catedral gerou uma mobilização na França e em todo o mundo, e foram arrecadados 922 milhões de euros em doações

Notre Dame: Por ora, foram construídos dois terços do anel com vigas metálicas em torno do andaime (Agence France-Presse/AFP)

Notre Dame: Por ora, foram construídos dois terços do anel com vigas metálicas em torno do andaime (Agence France-Presse/AFP)

A

AFP

Publicado em 21 de dezembro de 2019 às 14h25.

Última atualização em 21 de dezembro de 2019 às 14h41.

Pela primeira vez desde 1803, Notre-Dame não celebrará a missa de Natal. Oito meses após o incêndio que atingiu a construção, um guindaste gigante chegou à catedral para desmontar um andaime que a ameaça.

Não há nenhuma cerimônia ou procissão prevista em suas imediações, e a missa de Natal será celebrada à meia-noite pelo reitor da catedral, monsenhor Patrick Chauvet, na igreja parisiense de Saint Germain l'Auxerrois, em frente ao Museu do Louvre.

Pela primeira vez em 216 anos, a catedral, de oito séculos, irá se manter em silêncio em uma noite de Natal. No último dia 16, chegou às instalações de Notre-Dame o guidaste gigante, desmontado, em um comboio de 40 caminhões. Dois dias mais tarde, desembarcou o transformador elétrico, um mecanismo indispensável, que irá alimentar de forma permanente as instalações.

O guindaste, que chegará a 75 metros, pode erguer até oito toneladas, e ficará a cargo de realizar a operação mais delicada de toda a obra de estabilização; a retirada de 10 mil tubos de metal - de 250 toneladas no total. O trabalho, de vários meses, necessita de extensos preparativos, devido à sua complexidade.

Ainda ameaçada e com urgência

O andaime deformado, fragilizado, que se assemelha a uma imensa teia de aranha que se ergue em pleno céu, ameaça a abóbada e o equilíbrio da catedral. Esta joia da arte gótica permanece, oito meses após o incêndio, em situação de emergência absoluta.

Seguindo o desejo do presidente francês, Emmanuel Macron, de concluir a restauração da Notre-Dame em cinco anos, não haverá recesso de fim de ano, e algumas operações continuam em andamento, enquanto outras foram interrompidas, segundo a instituição pública dirigida pelo general Jean-Louis Georgelin, encarregado por Macron de gerenciar o projeto.

O incêndio na catedral gerou uma mobilização extraordinária na França e em todo o mundo, e foram arrecadados 922 milhões de euros em doações e promessas de doações, o que representa um total de 320 mil diferentes doações.

Por ora, foram construídos dois terços do anel com vigas metálicas em torno do andaime, e resta o anel do nível superior, que será montado em janeiro, graças ao novo guindaste. Paralelamente, está sendo construído um segundo andaime, mais alto, de uma parte à outra do antigo, para que, a partir de vigas equipadas com trilhos, os técnicos possam se locomover.

O desmonte, que poderá levar meses, deve começar em fevereiro.

Acompanhe tudo sobre:FrançaIncêndiosNatalReligião

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'