Marte Deborah Dalelv, de 24 anos, condenada em Dubai após denúncia de estupro: caso suscitou onda de indignação na Noruega e levou governo a intervir para conseguir solução diplomática (Jumana El Heloueh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 12h34.
Berlim - O governo da Noruega informou nesta segunda-feira que a jovem Marte Debroah Dalelv, que foi condenada em Dubai a um ano e quatro meses de prisão após ter denunciado um estupro, foi libertada e autorizada a deixar o emirado.
"Marte está livre, obrigado a todos os que nos ajudaram", afirmou o ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, através do Twitter.
Os meios de comunicação noruegueses revelam declarações de Marte Deborah Dalelv, de 24 anos, após a receber a notícia sobre a libertação.
"Fui informada de que não devo cumprir a condenação", explicou Marte, segundo a edição digital do jornal "Dagblaget", ao mesmo tempo em que confirmou que tinha recuperado o passaporte e expressou o desejo de retornar à Noruega "o mais rápido possível".
O processo contra Marte levantou uma onda de indignação na Noruega e ativou as gestões diplomáticas do Governo de Oslo perante Dubai até conseguir uma solução para o assunto.
A jovem ficou detida após apresentar uma denúncia por estupro em março, que foi seguida por um julgamento que terminou com sua condenação a 16 meses de prisão por consumo de álcool, conduta indecorosa e manter relações sexuais fora do casamento.
Segundo disse Marte aos meios de comunicação noruegueses, a suposta agressão sexual aconteceu durante uma viagem de negócios a Dubai.
Na volta de uma festa com colegas, um companheiro de trabalho agrediu Marte, levou a mulher para seu quarto e a estuprou.
A jovem decididu apresentar denúncia, embora algumas pessoas advertirem que seu caso não prosperar em Dubai, onde foi detida.
Marte passou vários dias praticamente incomunicável em uma cela, até que finalmente entrou em contato via telefone com seus parentes e o consulado norueguês.
Na semana passada, foi ditada a sentença que a declarava culpada e assim, foi condenada à mencionada pena, além de perder o passaporte.
O suposto agressor, por sua vez, foi condenado a 13 meses de prisão, pena que além disso foi comutada, segundo a imprensa norueguesa.
Graças às intervenções do consulado, a jovem foi colocada sob custódia de uma instituição religiosa, mas estava impedida de sair de Dubai, pois seu passaporte estava apreendido.
*Matéria atualizada às 12h32