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Noite de terror deixa 8 mortos na República Centro-Africana

Disparos de armas automáticas deixaram na manhã desta quinta-feira oito mortos e 65 feridos em Bangui, capital da República Centro-Africana

Soldados patrulham uma rua de Bangui, na República Centro-Africana: o presidente Michel Djotodia decretou um toque de recolher das 18h00 às 06h00 (Sia Kambou/AFP)

Soldados patrulham uma rua de Bangui, na República Centro-Africana: o presidente Michel Djotodia decretou um toque de recolher das 18h00 às 06h00 (Sia Kambou/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 11h45.

Bangui - Disparos de armas automáticas deixaram na manhã desta quinta-feira oito mortos e 65 feridos em Bangui, capital da República Centro-Africana, declarou à AFP o chefe da missão da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) no país, Sulvain Groulx.

Em função do clima de tensão reinante na capital, o presidente Michel Djotodia decretou um toque de recolher das 18h00 às 06h00.

Os incidentes acontecem algumas horas antes da votação de uma resolução da ONU para autorizar uma intervenção militar francesa neste país.

"Há mortos e feridos que foram levados ao hospital comunitário de Bangui, para onde o Médicos sem Fronteiras enviou uma equipe médica e cirúrgica", afirmou Groulx.

A capital da República Centro-africana, Bangui, amanheceu nesta quinta-feira com disparos de armas automáticas em diferentes bairros da cidade.

Os disparos começaram na zona PK-12, norte da cidade, e se estenderam para outros bairros, principalmente perto do centro.

Como nos dias anteriores, os militares franceses do destacamento estacionados no aeroporto realizaram patrulhas na cidade.

O Estado-Maior do exército francês anunciou a mobilização de 250 soldados franceses em Bangui depois dos incidentes registrados durante a noite.

O porta-voz, coronel Gilles Jaron, explicou que as forças francesas tiveram de reagir depois dos confrontos durante a madrugada desta quinta-feira entre ex-membros da rebelião, agora integrados nas Forças Armadas, e elementos armados não-identificados.

A República Centro-Africana está em uma situação caótica desde a queda, em março, do presidente François Bozizé por uma coalizão rebelde.

Vários habitantes da capital, contactados pela AFP, afirmaram que homens armados realizaram saques, mas não puderam dar maiores detalhes.


Um oficial superior da Força Aérea local (MISCA) declarou à AFP que os disparos começaram depois que ex-rebeldes da Seleka, integrados nas novas forças de segurança, detectaram infiltrações de membros das milícias de autodefesa "antibalaka", hostis ao regime.

Este aumento da tensão acontece um pouco antes que o Conselho de Segurança das Nações Unidas adote nesta quinta-feira um projeto de resolução da França, que, segundo fontes diplomáticas, será aprovado de forma unânime.

Esta resolução autorizará uma operação militar conjunta de soldados africanos e franceses, já presentes no aeroporto.

Neste sentido, o primeiro-ministro centro-africano, Nicolas Tiangaye, pediu a mobilização imediata de tropas uma vez aprovada a resolução.

O Conselho de Segurança deverá conceder um mandato para a força militar da União Africana na RCA (Misca) de 12 meses para restaurar a ordem nesta ex-colônia francesa.

A Misca, que conta com 2.500 soldados mal equipados, poderá aumentar o contingente a 3.600, e será financiada por um fundo gerenciado pela ONU e alimentado por contribuiçõse voluntárias dos estados membros.

O contingente francês, por sua vez, passará de 450 a 1.200 efetivos, que assegurarão fundamentalmente o aeroporto de Bangui e as principais artérias por ondem devem transitar os comboios humanitários.

A violência se intensificou na RCA, de 4,6 milhões de habitantes, desde que a coalizão rebelde Seleka depôs o presidente Bozizé em março passado.

Da mesma forma, o massacre desta semana de 12 civis muçulmanos em mãos de cristãos radicais evidenciou a necessidade de atuar com urgência, segundo afirmou o embaixador francês Gerard Araud.

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