Ativista: foi condenado após reivindicar reformas democráticas no país. (Tyrone Siu/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de julho de 2017 às 09h36.
O dissidente chinês Liu Xiaobo, 61, encontra-se em "estado crítico" - anunciou nesta segunda-feira (10) o hospital em que o Prêmio Nobel da Paz de 2010 está internado desde que saiu da prisão.
Xiaobo é vítima de um câncer de fígado em fase terminal.
"A equipe nacional de especialistas considera que o paciente se encontra em estado crítico", afirmou o hospital de Shenyang (nordeste da China) em um comunicado.
A equipe médica do Hospital Universitário Nº1 de Shenyang disse que está preparada para transferir Liu Xiaobo para a UTI.
Os últimos exames revelam que o tumor aumentou e que Liu apresenta um quadro de pressão baixa e de insuficiência renal, acrescentou o estabelecimento.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos e familiares acusam o governo chinês de ter esperado que seu estado de saúde piorasse para, então, libertá-lo.
As autoridades garantem que Liu está sendo atendido por renomados oncologistas.
No sábado, o Hospital de Shenyang declarou que o paciente não poderia ser transladado para o exterior, contrariando o desejo de Liu Xiaobo. O Nobel da Paz havia pedido para ser tratado fora da China.
No domingo (9), médicos americanos e alemães que examinaram Liu Xiaobo afirmaram que ele poderia viajar "sem perigo".
Em 2009, o ativista foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de "subversão" após reivindicar reformas democráticas no país.
Ele foi um dos autores da chamada Carta 08, um manifesto que exigia a realização de eleições livres. Durante a cerimônia de entrega do Nobel em Oslo, em 2010, foi representado por uma cadeira vazia.