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Nobel da Paz argentino pede que Putin liberte ecologistas

Um tribunal russo mantém detidos 30 integrantes do Greenpeace que participavam de um protesto pacífico


	Adolfo Perez Esquivel no Vaticano: "o Greenpeace jamais usou a violência como método de protesto, por isso é incompreensível a prisão preventiva de cada um deles", disse
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Adolfo Perez Esquivel no Vaticano: "o Greenpeace jamais usou a violência como método de protesto, por isso é incompreensível a prisão preventiva de cada um deles", disse (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2013 às 17h30.

Buenos Aires - O argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz 1980, pediu ao presidente russo Vladimir Putin a libertação dos 30 ativistas da organização Greenpeace presos nesse país, em carta divulgada neste sábado em Buenos Aires.

"Como o senhor mesmo assumiu publicamente, os ambientalistas do Greenpeace não são piratas. A organização há mais de 40 anos trabalha por nosso planeta sempre de maneira pacífica", afirmou Pérez Esquivel.

"O Greenpeace jamais usou a violência como método de protesto, por isso é incompreensível a prisão preventiva de cada um deles e a investigação que foi aberta", acrescentou.

Na véspera, o Greenpeace informou que vai recorrer da decisão de um tribunal russo de manter 30 integrantes da ONG detidos, a maioria deles por 60 dias.

A organização ambiental destacou que é a primeira vez que um Estado responde de forma tão agressiva a um protesto pacífico.

Os 30 membros da tripulação do quebra-gelos do Greenpeace "Artic Sunrise", interceptado no Ártico pelas autoridades russas quando realizava uma ação de protesto, foram colocados sob detenção por um tribunal de Murmansk.

O Arctic Sunrise foi interceptado em 19 de setembro por um grupo da guarda costeira russa e rebocado para Murmansk.


Os tripulantes do barco estão sendo investigados por "pirataria", um crime que pode ser punido com até 15 anos de prisão no país, pela tentativa de abordar uma plataforma da empresa Gazprom no Ártico para protestar contra os projetos de extração de petróleo na região.

Entre os tripulantes há 26 estrangeiros de 18 nacionalidades, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, e quatro russos, incluindo o repórter fotográfico Denis Siniakov.

A comissão de investigação russa justificou esta medida considerando que os militantes poderiam fugir da Rússia caso fossem libertados.

Entre os detidos também está o capitão do navio do Greenpeace, o americano Peter Willcox, que ocupava esse mesmo posto à frente do Rainbow Warrior em 1985, quando o barco da ONG ambientalista foi afundado pelos serviços secretos franceses.

O presidente russo Vladimir Putin admitiu na quarta-feira que os 30 tripulantes do barco do Greenpeace não eram piratas, mas que "essa gente violou as normas da lei internacional".

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