"(O prêmio) Será uma grande força para lembrar ao mundo que a abolição das armas nucleares pode ser alcançada", disse o chefe do Nihon Hidankyo, Toshiyuki Mimaki. (AFP/AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 06h26.
Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 08h36.
O Prêmio Nobel da Paz 2024 foi concedido à organização japonesa Nihon Hidankyo. É um movimento popular de sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Segundo o Comitê do Nobel, o grupo, também conhecido como Hibakusha, "está recebendo o prêmio por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar por meio de depoimentos de testemunhas que armas nucleares nunca devem ser usadas novamente".
O tema volta a ser importante num momento em que diversos países dão sinais de que podem investir mais em armas nucleares nos próximos anos.
O chefe da organização japonesa disse que a premiação dará "um grande impulso para demonstrar que a abolição das armas nucleares é possível".
"(O prêmio) Será uma grande força para lembrar ao mundo que a abolição das armas nucleares pode ser alcançada", disse o chefe do Nihon Hidankyo, Toshiyuki Mimaki.
Mimaki deu uma entrevista à imprensa em Hiroshima logo depois de saber da decisão do comitê do Nobel da Paz em conceder o prêmio deste ano à Hibakusha. "As armas nucleares devem ser absolutamente abolidas", disse ele.
Neste ano, 286 pessoas foram indicadas ao prêmio, mas a lista é mantida em sigilo por 50 anos. O Comitê Norueguês do Nobel, composto por cinco pessoas nomeadas pelo Parlamento da Noruega, é responsável pela decisão final.
BREAKING NEWS
The Norwegian Nobel Committee has decided to award the 2024 #NobelPeacePrize to the Japanese organisation Nihon Hidankyo. This grassroots movement of atomic bomb survivors from Hiroshima and Nagasaki, also known as Hibakusha, is receiving the peace prize for its… pic.twitter.com/YVXwnwVBQO— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 11, 2024
De acordo com o testamento de Alfred Nobel, o Prêmio Nobel da Paz deve ser entregue "à pessoa ou organização que tenha contribuído de forma significativa para a fraternidade entre as nações, a abolição ou redução de exércitos permanentes, e a promoção de congressos de paz"
Neste ano, o premiado recebe US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 6 milhões), além de um diploma e uma medalha de ouro.
O vencedor de 2023 foi Narges Mohammadi, defensora dos direitos das mulheres no Irã.