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Nobel afirma que ser um país manufatureiro não garante êxito

"As pessoas se preocupam demais com a dependência de produtos básicos. Não é necessário passar a um modelo de exportação de manufaturas", diz Nobel de Economia


	Manufatura: "crer que a manufatura é a chave do desenvolvimento não se sustenta na experiência", declarou Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia (Paulo Fridman/Bloomberg)

Manufatura: "crer que a manufatura é a chave do desenvolvimento não se sustenta na experiência", declarou Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 17h09.

Lima - Os países não têm que mudar seus modelos econômicos e se transformar em exportadores de manufaturas para garantir o êxito, afirmou nesta quarta-feira o Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, durante uma entrevista coletiva em Lima organizada pela escola de negócios Esan.

"As pessoas se preocupam demais com a dependência de produtos básicos como os commodities. Não é necessário passar a um modelo de exportação de manufaturas", declarou Krugman.

"Crer que a manufatura é a chave do desenvolvimento não se sustenta na experiência", acrescentou.

O economista destacou o caso do Chile, que depende das exportações de minerais, e o qualificou como uma "história de sucesso", em comparação com o México que mudou para ser um país manufatureiro e, que apesar disso, não conseguiu equiparar seu rendimento.

"Por que o Chile é mais bem-sucedido que o México? Entre as razões, a mais óbvia é a educação", comentou.

A economia emergente da China é um modelo "perigoso" na opinião de Krugman, pois se baseia em uma alta taxa de investimento e tem um consumo interno muito baixo, algo que só se pode se sustentar com um rápido crescimento, motivo pelo qual projeta que no futuro haverá "um enorme ajuste".

"Vai ter de mudar seu padrão para um de despesa mais sustentável", opinou.

O vencedor do Nobel também disse que os países da América do Sul enfrentaram melhor a crise econômica mundial porque têm uma política fiscal estável e porque são menos vulneráveis à dívida externa.

"Isso vai manter-se. Não se deve preocupar com a queda de preços básicos dos minerais", expressou.

O economista também ressaltou que os níveis de desigualdade são equiparáveis tanto nos países ricos como nos pobres de todo o mundo, e que a diferença entre ambos são as políticas de redistribuição que utilizam.

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