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Nobel a Santos reforça paz na Colômbia, diz chefe das Farc

Timochenko acrescentou que o prêmio também constitui um "reconhecimento ao acordo de paz" que assinou junto com o presidente Santos


	Presidente da Colombia, Juan Manuel Santos: Timochenko, líder da Farc, diz que o prêmio reconhece o acordo de paz
 (John Vizcaino/Reuters)

Presidente da Colombia, Juan Manuel Santos: Timochenko, líder da Farc, diz que o prêmio reconhece o acordo de paz (John Vizcaino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2016 às 17h36.

O chefe máximo dos rebeldes das Farc, Timochenko, considerou que o Nobel da Paz concedido ao presidente Juan Manuel Santos é uma "homenagem" às vítimas do conflito na Colômbia, e acredita que o prêmio ajudará na busca por uma solução.

Em um comunicado divulgado neste sábado a partir de Havana, sede das negociações para terminar com o prolongado confronto, Timochenko acrescentou que o prêmio também constitui um "reconhecimento ao acordo de paz" que assinou junto com Santos, mas que foi rejeitado de forma surpreendente em um referendo no último domingo.

"Ganhar a paz é a grande vitória de todos os colombianos. Como signatário dos acordos de Havana (...), estou certo de que este prêmio constitui uma homenagem à luta de cada uma das vítimas deste conflito sangrento de mais de meio século", escreveu o líder da guerrilha colombiana.

Também conhecido como Timoleón Jiménez, o chefe rebelde reiterou suas felicitações a Santos e disse esperar que o prêmio "contribua para reforçar a paz que tanto ansiamos".

Depois que os colombianos rejeitaram por uma pequena margem o acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o governo de Santos e esta organização decidiram na sexta-feira em Havana manter o cessar-fogo bilateral que está em vigor desde o fim de agosto.

Ao mesmo tempo se comprometeram a discutir "propostas de ajuste" ao pacto com o qual pretendem acabar com um conflito que já deixou milhões de vítimas, entre mortos, desaparecidos e deslocados, com o objetivo de conseguir colocar em prática os compromissos assinados.

O acordo rejeitado nas urnas - em uma votação com uma abstenção de 62% - busca essencialmente que os rebeldes deixem as armas e recebam garantias para fazer política, assim como prevê justiça e reparação aos afetados.

Uma parcela dos colombianos se opõe ao acordo por considerar que é muito benevolente com os guerrilheiros, e sugere penas mínimas de prisão e a proibição de que aspirem cargos populares.

O texto assinado estabelece penas alternativas de reclusão se os responsáveis por crimes atrozes confessarem a tempo seus crimes e ajudarem a reparar as vítimas.

O presidente Santos ganhou na sexta-feira o Nobel da Paz por promover o acordo de paz assinado com as Farc, em um anúncio feito pela presidente do Comitê Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five.

"Esperamos que isso encoraje todas as boas iniciativas e todos os atores que poderiam ter um papel decisivo no processo de paz e leve, finalmente, a paz à Colômbia depois de décadas de guerra", declarou Kullmann Five.

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