Vendedor de rua caminha com pão em uma rua próxima da praça Tahrir, em Cairo (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 17h52.
Cairo - Uma associação para os direitos da infância denunciou um acadêmico que defendeu em uma coluna de jornal o assassinato das crianças sem lar.
O presidente da Fundação Egípcia para a Promoção das Condições da Infância (FEPCI), Hani Hilal, denunciou o escritor Nasar Abdallah e pretende fazer o mesmo com o jornal independente 'Al Masry Al Yum' por ter publicado o polêmico artigo.
Hilal acrescentou que o artigo de Abdallah faz parte de 'uma série de ataques, principalmente de parte de alguns meios de comunicação, contra as conquistas para a infância egípcia nos últimos anos'.
Abdallah publicou na sexta-feira uma coluna intitulada 'As crianças de rua: a solução brasileira', no qual elogiava o assassinato de criançasde rua e ressaltava que o Brasil 'tinha se desenvolvido' ao adotar essa prática.
Na década de 1990, milhares de crianças brasileiras foram vítimas de traficantes e de grupos de extermínio, integrados, na maioria dos casos, por policiais e que seriam financiadas por comerciantes das cidades.
'Essa é a lição necessária de aprender a qualquer um que tenta aprender algo da experiência brasileira', dizia o texto.
O artigo foi publicado na versão imprensa e depois retirado do site depois das primeiras críticas.
Hilal explicou que a denúncia 'não pretende ofender a liberdade de expressão, mas lutar contra as incitações à violência e à violação dos direitos básicos da infância'.
O presidente da fundação lamentou que as autoridades tratem as crianças de rua como ' criminosos e não como vítimas do fracasso das políticas sociais do governo'.
Ele ainda pediu que o Estado realize um censo nacional para saber o número de menores que vivem nas ruas e a partir daí prepare uma estratégia nacional que os reintegre as suas famílias e abrigue os que já não tem mais ninguém.