Mundo

Nisman planejava pedir apoio na ONU contra Irã no caso Amia

Fontes do caso Amia citadas pelo jornal afirmaram que Alberto Nisman deixou assinado um documento para ser apresentado perante o Conselho de Segurança da ONU


	Alberto Nisman: promotor queria forçar o Irã a extraditar os acusados iranianos
 (Marcelo Capece/AFP)

Alberto Nisman: promotor queria forçar o Irã a extraditar os acusados iranianos (Marcelo Capece/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 18h27.

Buenos Aires - O falecido promotor especial da causa pelo atentado contra a associação mutual judaica Amia, Alberto Nisman, planejava pedir apoio às Nações Unidas para conseguir a extradição dos acusados iranianos pelo ataque, que deixou 85 mortos em 1994, segundo revelou nesta segunda-feira o jornal "La Nación".

Fontes do caso Amia citadas pelo jornal afirmaram que Nisman deixou assinado um documento para ser apresentado perante o Conselho de Segurança da ONU no qual pedia ao Irã que extraditasse os suspeitos sob a ameaça de que o organismo internacional sancionasse o governo iraniano.

Segundo as fontes, o sucessor de Nisman à frente do caso Amia, Alberto Gentili, ordenou a proteção desta minuta na caixa-forte da promotoria.

Nisman queria forçar o Irã a extraditar os acusados iranianos que têm pedido de captura da Interpol e entre os quais figura o ex-comandante da Guarda Revolucionária, Mohsen Rezaei, e o ex-adido cultural da embaixada iraniana em Buenos Aires, Mohsen Rabbani.

Perante a recusa do Irã às extradições, o governo argentino rubricou em 2013 um memorando de entendimento com o país que permitia o recolhimento de depoimentos, em solo iraniano, dos suspeitos de planejar o atentado contra a Amia.

O memorando nunca entrou em vigor, mas, dois anos após sua assinatura, o promotor especial da Amia o assinalou como o principal instrumento de um suposto acordo orquestrado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, para acobertar os suspeitos iranianos.

Junto à governante, Nisman denunciou também o chanceler Héctor Timerman e outros funcionários kirchneristas.

No último dia 18 de janeiro, quatro dias após apresentar a denúncia contra Cristina Kirchner, o promotor foi achado morto com um tiro na cabeça em sua casa de Buenos Aires, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaÁsiaAtaques terroristasIrã - PaísONUTerrorismo

Mais de Mundo

Otan afirma que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia

Líder da Coreia do Norte diz que diálogo anterior com EUA apenas confirmou hostilidade entre países

Maduro afirma que começa nova etapa na 'poderosa aliança' da Venezuela com Irã

Presidente da Colômbia alega ter discutido com Milei na cúpula do G20