Mundo

Nicolás Maduro é eleito presidente da Venezuela

O herdeiro político de Chávez, morto em 5 de março, venceu por uma diferença mínima de pouco mais de 200.000 votos


	Nicolás Maduro: "Estou aqui para assumir a minha responsabilidade com coragem. A luta continua!", disse o novo presidente da Venezuela
 (REUTERS/Tomas Bravo)

Nicolás Maduro: "Estou aqui para assumir a minha responsabilidade com coragem. A luta continua!", disse o novo presidente da Venezuela (REUTERS/Tomas Bravo)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 06h10.

Caracas - O candidato governista Nicolás Maduro ganhou a eleição presidencial de domingo na Venezuela com 50,7 por cento dos votos, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na madrugada desta segunda-feira, permitindo que ele dê continuidade às políticas socialistas de Hugo Chávez.

O herdeiro político de Chávez, morto em 5 de março, venceu por uma diferença mínima de pouco mais de 200.000 votos, um resultado que, de acordo com o CNE, é irreversível. Chávez conseguiu uma vantagem superior a 1,5 milhão de votos quando foi reeleito em outubro.

O candidato opositor Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda, recebeu 49,1 por cento dos votos, afirmou a autoridade eleitoral. A participação dos eleitores foi próxima de 80 por cento, com quase a totalidade das urnas apuradas.

Chávez, que governou a Venezuela por 14 anos, designou Maduro como seu herdeiro político em seu último discurso à nação, na véspera de sua viagem a Cuba para uma nova cirurgia contra o câncer.

Ele deu a seu ex-vice-presidente e chanceler uma grande vantagem, mas Capriles conseguiu diminuir a diferença nos últimos dias da campanha eleitoral e o resultado foi mais apertado do que muitos esperavam.

"Estou aqui para assumir a minha responsabilidade com coragem. A luta continua!", disse Maduro, de 50 anos, em seu discurso de vitória.

Maduro garantiu ter recebido uma ligação de Capriles para fazer um pacto e esperar uma análise detalhada da situação antes de anunciar o resultado eleitoral, o que ele não aceitou.


"(Os opositores) querem fazer uma auditoria. Bem-vinda a auditoria (dos resultados)!", disse Maduro no palácio presidencial de Miraflores.

Não havia uma reação imediata de Capriles, que no domingo denunciou um plano para tentar mudar o resultado da eleição. "Alertamos ao país e ao mundo a (existência de uma) intenção de querer mudar a vontade expressa pelo povo!", disse o candidato em mensagem na rede social que foi confirmada por sua equipe de campanha.

Capriles, de 40 anos, argumentou que os eleitores estavam cansados das políticas divisoras da era Chávez e prometeu tratar de preocupações diárias do venezuelanos, como o crime e a elevada inflação.

Milhares de seguidores do chavismo comemoravam nos arredores do palácio de Miraflores, cantando, dançando e disparando fogos de artifício, mas longe do ambiente festivo que se vivia a essas horas em 7 de outubro, quando Chávez foi reeleito.

Por outro lado, nas ruas do leste de Caracas, reduto da oposição, as pessoas promoviam um panelaço para demonstrar sua desaprovação.

"Paz, paz e paz", solicitou Maduro, ex-motorista de ônibus, pedindo para que as pessoas não caíssem em provocações nem provocassem os adversários.

Foi a primeira eleição presidencial sem Chávez em duas décadas.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEleiçõesHenrique CaprilesNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'