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Nicarágua vive nova noite de violência e espera resposta do governo

Os manifestantes organizaram uma greve geral para pressionar o governo Ortega e os protestos no país já causou 200 mortes

Os manifestantes esperam o resultados do diálogo entre a plataforma opositora e o governo, que foi retomado hoje e estava suspenso desde meados de maio (Oswaldo Rivas/Reuters)

Os manifestantes esperam o resultados do diálogo entre a plataforma opositora e o governo, que foi retomado hoje e estava suspenso desde meados de maio (Oswaldo Rivas/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de junho de 2018 às 14h49.

Manágua - A Nicarágua foi palco de mais uma noite de violência, com vários mortos e enfrentamentos, em meio à expectativa pelo reatamento do diálogo nesta sexta-feira e de uma possível proposta do presidente, Daniel Ortega, para resolver a crise, que já causou 200 mortes.

A Associação Nicaraguense de Defesa dos Direitos Humanos, uma das organizações mais importantes do país, disse à Agência Efe que os ataques ocorridos na quinta-feira em Nagarote, Bilwi, Masatepe e Tipitapa, entre outras cidades, elevaram o número de mortos para 200.

"É possível que o número aumente conforme as horas avancem e recebemos mais informações. A jornada de greve nacional foi violenta", afirmou o secretário da organização, Álvaro Leiva.

As principais cidades do país, entre elas a capital Manágua, estavam desertas nesta quinta-feira devido à greve nacional de 24 horas convocada pela Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia, a plataforma que negocia com o governo e aglutina os universitários, o setor privado, os camponeses e as organizações civis para exigir o fim da repressão governamental.

Após a greve geral, os nicaraguenses esperam agora os resultados do diálogo entre a plataforma opositora e o governo, que foi retomado hoje e estava suspenso desde meados de maio pela falta de um acordo sobre uma saída para a crise.

A Conferência Episcopal, que atua como mediadora, propôs a Ortega no dia 7 de junho um roteiro para colocar fim ao conflito e informará hoje a resposta do presidente.

"Dialogar, sim, dialogar sempre, mas para possibilitar uma nova convivência social em liberdade e justiça, 'não para alcançar um consenso de escritório, uma paz efêmera para uma minoria feliz, nem um projeto de poucos para poucos (Gaudete et Exsultate, 89)'", publicou hoje no Twitter o bispo da Arquidiocese de Manágua, Silvio José Baéz.

A Nicarágua vive sua crise mais violenta desde 1980, que começou no dia 18 de abril quando o governo reprimiu com extrema violência manifestações contra uma reforma da previdência social, que acabou sendo derrubada.

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