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Inflação é desafio de Macri ao reformar economia

Câmbio flutuante tornou produtos importados mais caros, colocando pressão adicional na inflação, que já está bem acima de 20%

Mauricio Macri durante reunião da cúpula do Mercosul, dia 21/12/2015 (Jorge Adorno / Reuters)

Mauricio Macri durante reunião da cúpula do Mercosul, dia 21/12/2015 (Jorge Adorno / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 16h16.

Buenos Aires -- Há poucos dias na presidência da Argentina, Mauricio Macri enfrenta seus primeiros grandes desafios conforme procura ajustar a combalida economia do país: inflação e recessão.

Em seus primeiros movimentos políticos desde que assumiu o cargo, em 10 de dezembro, o defensor do livre mercado cumpriu suas promessas de eliminar controles de capitais e cortar impostos sobre exportações.

Mas um câmbio flutuante levou o peso a uma desvalorização imediata de 26,5 por cento, tornando produtos importados mais caros, o que vai colocar pressão adicional na inflação, que já está bem acima de 20 por cento.

Economistas esperam que a inflação acelere para 35 por cento em 2016, corroendo o poder de compra dos argentinos e reduzindo o consumo. Eles projetam que a economia vai encolher nos primeiros seis meses do ano, embora seja possível uma melhora se novos investimentos forem estimulados e um peso mais barato ajudar as exportações.

A Argentina sabe que o peso vinha sendo mantido artificialmente sobrevalorizado e muitos acreditam que as medidas eram necessárias, mas mesmo os apoiadores de Macri estão preocupados.

Conforme Macri abandona essas políticas, ele arrisca jogar a economia em uma recessão e provocar insatisfação entre sindicatos de trabalhadores ligados ao partido peronista que ele acaba de tirar do poder.

"Políticas monetária, fiscal e comercial contracionistas praticadas ao mesmo tempo vão gerar uma redução na atividade econômica no primeiro semestre do ano", disse um relatório da corretora Allaria Ledesma and Co., de Buenos Aires.

Macri acredita que uma mistura de políticas pró-negócios e um governo de austeridade vão permitir controlar a inflação e encorajar o investimento de que a Argentina precisa para crescer rapidamente e criar empregos.

Mas no curto prazo ele tem um problema, e pouco espaço para manobras.

As taxas de juros já são altas, desestimulando investimento. E austeridade significa reduzir subsídios e elevações de salários no setor público, duas medidas impopulares.

Os líderes empresariais da Argentina têm apoiado largamente as primeiras medidas de Macri, mas mesmo eles notam que o plano do presidente dependerá de sua capacidade de controlar a inflação e evitar que o câmbio de desvalorize demais.

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