Sede do The New York Times em Nova York: NYT disse que seus funcionários têm enfrentado problemas para obter permissões de trabalho (Mark Coppola/Getty Images)
Reuters
Publicado em 15 de julho de 2020 às 10h27.
Última atualização em 15 de julho de 2020 às 19h26.
O jornal New York Times transferirá parte de sua redação de Hong Kong para Seul, no sinal mais recente da rejeição que se espalha pelo centro financeiro global duas semanas depois de a China submeter a cidade a uma nova lei de segurança nacional.
O NYT disse que seus funcionários têm enfrentado problemas para obter permissões de trabalho e que enviará sua equipe de jornalistas digitais, cerca de um terço da equipe em Hong Kong, para a capital sul-coreana no decorrer do próximo ano.
A medida é um golpe no status de Hong Kong como polo do jornalismo na Ásia, e coincide com um momento em que China e Estados Unidos se chocam a respeito de jornalistas de cada nação que trabalham na outra.
Neste ano, o governo chinês disse que os jornalistas que não tiverem mais permissão de trabalhar na China continental tampouco poderão fazê-lo em Hong Kong.
"Dada a incerteza do momento, estamos fazendo planos para diversificar nossa equipe de edição geograficamente", disse uma porta-voz do NYT à Reuters.
"Manteremos uma grande presença em Hong Kong e temos toda intenção de manter nossa cobertura de Hong Kong e da China", acrescentou.
Em um comunicado, o governo de Hong Kong disse que a cidade continua sendo um polo midiático regional.
Outros veículos da mídia internacional, como os jornais Wall Street Journal e Financial Times e a agência France-Presse, também têm suas sedes asiáticas em Hong Kong.
A Reuters transferiu sua sede asiática para Cingapura em 1997, o ano em que o Reino Unido devolveu Hong Kong à China.