Mundo

Nevasca se aproxima e israelenses e palestinos se preparam

Israelenses e palestinos estocam suprimentos devido à previsão de forte nevasca nesta terça


	Mulher caminha sob nevasca: tempestade que se aproxima deve ser mais leve do que a de dezembro de 2013, quando a neve caiu por três dias
 (REUTERS/Mark Blinch)

Mulher caminha sob nevasca: tempestade que se aproxima deve ser mais leve do que a de dezembro de 2013, quando a neve caiu por três dias (REUTERS/Mark Blinch)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 22h44.

Jerusalém - Com as lembranças ainda frescas da tempestade que atingiu a Terra Santa no último inverno, a pior em 50 anos, israelenses e palestinos estocam suprimentos devido à previsão de forte nevasca nesta terça-feira.

A tempestade que se aproxima, cujo ápice está previsto para a quarta-feira, deve ser mais leve do que a de dezembro de 2013, quando a neve caiu por três dias, paralisando a região e deixando dezenas de milhares de pessoas sem eletricidade e aquecimento.

Danny Rupp, que faz previsão do tempo na TV israelense, disse que haverá nevasca de 12 a 24 horas em Jerusalém. Barry Lynn, meteorologista da Universidade de Jerusalém, afirmou que a tempestade deve resultar numa camada de 25 a 60 centímetros de neve na cidade.

Veículos para retirar neve e técnicos em eletricidade estão em alerta em Jerusalém, no norte de Israel e nos territórios palestinos.

Ao mesmo tempo em que o céu escurecia nesta terça-feira, israelenses e palestinos corriam para comprar comida e aquecedores a gás ou parafina. "Acabou rapidamente”, disse um vendedor num mercado em Jerusalém. “Não há mais um aquecedor sequer nessa área.” A tempestade e as temperaturas baixas ameaçam piorar os problemas na Faixa de Gaza, onde as ruas ainda estão cobertas com destroços dos confrontos de 50 dias com Israel no ano passado, milhares vivem em abrigos da Organização das Nações Unidas e casas danificadas, e a eletricidade somente fica ligada seis horas por dia.

"Sem eletricidade, sem água potável, sem reconstrução, e agora uma tempestade. O nosso povo precisa da ajuda do mundo inteiro”, afirmou Samir Ali, de 47 anos, motorista de táxi em Gaza.

Num supermercado lotado, o morador de Jerusalém Alon Issashar, de 29 anos, afirmou que ele esperava evitar a confusão fazendo as compras cedo.

"Como você pode ver, o armagedom está vindo”, brincou ele. “As pessoas estão ficando loucas. Acho que as pessoas de fora de Israel vão rir, mas nós estamos acostumados com o sol." Na cidade palestina de Ramallah, os consumidores esvaziaram as prateleiras dos mercados de pão e água. Em Jerusalém, o prefeito, Nir Barkat, declarou que as ruas devem ser fechadas ao sinal da primeira neve.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com Barkat, a polícia e serviços de emergência para discutir os preparativos para a tempestade.

"Peço a todos os cidadãos israelenses para prestarem atenção no bem-estar dos vizinhos e ajudá-los”, disse o premiê num comunicado.

No inverno passado, centenas de motoristas que tentavam chegar a Jerusalém ficaram presos nos seus veículos por horas, antes de serem resgatados pelos militares.

"As lições do ano passado foram aprendidas na sua integridade", afirmou Barkat a uma rádio.

No vizinho Líbano, uma tempestade suspendeu o tráfego aéreo no aeroporto de Beirute, disse uma fonte do aeroporto. Ventos fortes atingiram a costa da cidade no fim desta terça-feira. Algumas partes da capital ficaram sem eletricidade.

O Ministério da Educação ordenou o fechamento das escolas na quarta-feira, disse a NNA, agência de notícias oficial.

Acompanhe tudo sobre:IsraelJerusalémNevePalestina

Mais de Mundo

Ataque aéreo de Israel atinge Beirute e aumenta tensão com o Líbano

Dez anos após desaparecimento de 43 estudantes no México, caso segue sem conclusão

O que é PETN, químico altamente explosivo que pode ter sido usado em pagers do Hezbollah

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China