Netanyahu e três outros ministros decidiram a demolição de Migron, além de outros assentamentos construídos em terras particulares palestinas, em fevereiro (Johannes Eisele/afp)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 14h24.
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estuda os meios jurídicos para legalizar dos assentamentos construídos sem autorização em terras particulares palestinas, informa o jornal Haaretz desta terça-feira.
Netanyahu comunicou no domingo aos ministros de seu partido, o Likud (direita nacionalista), a sua decisão de pedir ao ministro da Justiça, Yaakov Neeman, que crie uma equipe para examinar uma forma de legalizar esses assentamentos, indica o Haaretz.
Ele sofreu intensas pressões do lobby dos colonos e da ala mais à direita de sua coalizão depois da demolição de casas em setembro na colônia de Migron, próximo a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, explica o jornal.
Netanyahu e três outros ministros decidiram a demolição de Migron, além de outros assentamentos construídos em terras particulares palestinas durante uma reunião em fevereiro com o procurador geral Yehuda Weinstein, mas tentaram legalizar as construções em terras do Estado, indica o jornal.
O ministro sem pasta Benny Begin (Likud) afirmou nesta terça-feira à rádio pública "que as construções serão mantidas em Judeia-Samaria (Cisjordânia)".
Ele indicou que o governo quer autorizar as construções ilegais "contanto que não estejam em terras particulares palestinas".
Uma carta assinada por 38 deputados foi enviada no domingo ao primeiro-ministro pedindo que "seja encontrado um meio legal de impedir a expulsão de famílias de suas casas".
Dayan afirmou que mais de mil pessoas foram afetadas pelas ordens de destruição de assentamentos.
No dia 2 de agosto, a Suprema Corte de Israel ordenou a expulsão de moradores de Migron, mas deu às autoridades até março de 2012 para aplicar essa decisão.
Segundo documentos judiciais, esta colônia construída em parte sobre terras particulares palestinas sem a autorização do governo israelense em maio de 2001, e que deveria ser desmantelada em dez anos, possui cerca de 250 moradores.