Mundo

Netanyahu planejou ataque ilegal ao Irã, diz político

Atentado só não aconteceu por oposição de chefes do exército e serviço secreto, afirmou o ex-chefe da polícia interna de Israel


	Benjamin Netanyahu: escritório do primeiro-ministro de Israel negou comentários atacando o político e afirmou que eles "não têm base"
 (©afp.com / Sebastian Scheiner)

Benjamin Netanyahu: escritório do primeiro-ministro de Israel negou comentários atacando o político e afirmou que eles "não têm base" (©afp.com / Sebastian Scheiner)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 18h40.

Jerusalém - Nesta sexta-feira, o ex-chefe do Shin Bet, polícia interna de Israel, fez fortes críticas à maneira como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lidou e lida com a questão nuclear iraniana. O funcionário que fez as críticas, Yuval Diskin, comandou o Shin Bet entre 2005 e 2011.

Diskin acusou Netanyahu de agir ilegalmente, ao ordenar ao aparato de segurança de Israel que preparasse um ataque contra o Irã antes de obter a aprovação do gabinete de ministros em 2010. Segundo ele, o ataque não se materializou devido à oposição dos chefes do exército e do serviço secreto Mossad, que na época eram o general Gabi Ashkenazi e Meir Dagan.

"Eu tenho uma sensação muito forte de que na questão iraniana Netanyahu sempre foi assombrado por Menachem Begin, que atacou o reator no Iraque, e por Ehud Olmert, que, como foi dito várias vezes, bombardeou um reator na Síria", disse Diskin. Segundo ele, Netanyahu queria entrar para a história de Israel "como alguém que fez algo da mesma proporção".

Begin, político conservador que era primeiro-ministro de Israel em 1981, ordenou o bombardeio da usina nuclear de Osirak, que o falecido ditador Saddam Hussein construía com auxílio franco-italiano. Já Olmert bombardeou um reator nuclear no leste da Síria em 2007, uma ação não admitida pelo governo de Israel.

A entrevista de Diskin foi publicada hoje no diário Yediot Ahronot pouco antes das eleições gerais em Israel, que no dia 22 elegerá novo parlamento. Netanyahu, atual premiê, é o candidato favorito nas pesquisas de intenção de voto para vencer o sufrágio.

O escritório de Netanyahu reagiu aos comentários de Diskin, ao afirmar que eles "não têm base" e foram feitos porque o ex-chefe do Shin Bet ficou decepcionado em 2011, quando não foi nomeado por Netanyahu para comandar o Mossad, considerado mais poderoso. Questionado sobre a resposta, Diskin disse nesta sexta-feira ao escritório de Netanyahu: "tenham um bom Sabbath".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaConflito árabe-israelenseIrã - PaísIsrael

Mais de Mundo

Propostas econômicas de Trump preocupam assessores, diz Bloomberg

Biden condena eleições na Venezuela e elogia eleitores por buscar mudança

Milei diz que ONU é 'leviatã' e que Argentina vai abandonar neutralidade histórica

Cápsula de "assistência ao suicídio" causa polêmica na Suíça