Mundo

Netanyahu nega divisão e vê a decisão sueca como erro

O premiê israelense insistiu em sua visão de que Jerusalém é a capital unificada de Israel, e disse que decisão de reconhecimento da Palestina é um erro


	O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu
 (Gali Tibbon/AFP)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (Gali Tibbon/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 12h51.

Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu nesta sexta-feira em sua visão de que Jerusalém é a capital unificada de Israel, negou que se possa falar de colonização e garantiu que o reconhecimento que países europeus, como a Suécia, fizeram do estado da Palestina é um erro.

Em entrevista coletiva junto à alta representante de Política Externa e Segurança da UE, Federica Mogherini, que hoje iniciou em Jerusalém sua atividade exterior, Netanyahu negou a possibilidade de que os palestinos estabeleçam sua capital em Jerusalém Oriental, como reivindicam desde que Israel ocupou este território em 1967.

"Jerusalém é uma questão muito sensível. Tratamos com muita delicadeza, mas é também nossa capital e, portanto, não é um assentamento. Todo mundo sabe que em qualquer acordo de paz permanecerá como parte de Israel", acrescentou o primeiro-ministro em resposta às duras críticas recebidas durante os últimos meses da União Europeia e dos Estados Unidos por autorizar novas construções nos bairros árabes de Jerusalém Oriental.

Horas antes, e em sua primeira declaração de seu primeiro discurso em Israel, Federica tinha insistido que as colônias "são um obstáculo" para a paz.

"Igualmente acho que a falaciosa queixa de que este conflito persiste por este ou aquele assentamento é falsa porque não acho que seja uma questão territorial. É sobre a existência. É sobre não reconhecer Israel dentro de fronteira alguma".

"Esta é ainda a medula do conflito: a persistente rejeição a reconhecer que o povo judeu tem direito a ter seu Estado. Os palestinos esperam que reconheçamos seu direito a ter seu próprio Estado, ao mesmo tempo em que dizem aos judeus, que viveram aqui há mais de 4 mil anos: vocês não têm direito esse Estado. É absurdo", ressaltou o primeiro-ministro israelense.

O plano de paz atual, reconhecido e aceito pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), que representa o povo palestino, contempla a criação de dois Estados: Israel e Palestina, que coexistiriam em paz e segurança. Sobre estes argumentos, Netanyahu voltou a criticar a decisão da Suécia adotada de reconhecer, tem três semanas, o Estado palestino, a primeira nação europeia que o fez.

"Reconhecer, como fizeram alguns países europeus, o estado da Palestina sem exigir as mesmas condições para o estado do povo judeu, é irresponsável. Reconhecer um Estado palestino que nem reconhece o Estado judeu nem acordou os requerimentos de segurança para esse Estado, é irresponsável. Espero uma posição mais equilibrada e acordos mais responsáveis", disse ele.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseEuropaIsraelPaíses ricosPalestinaSuécia

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia