Netanyahu: ele afirmou nas Nações Unidas que "o combate ao Islã miliciano é indivisível" (AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 20h03.
Uma líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP) acusou nesta segunda-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de "manipulação grosseira dos fatos", depois que ele comparou o Hamas ao Estado Islâmico e ao Irã, em seu discurso na ONU.
"Com esse discurso, Netanyahu tenta enganar o público, utilizando a linguagem do ódio, calúnias e subterfúgios", criticou Hanan Ashrawi.
Há várias semanas, Netanyahu tem procurado assimilar a organização extremista Estado Islâmico, que atua no Iraque e na Síria, ao movimento palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, como "diferentes ramos da mesma árvore venenosa" em seu esforço para justificar a última ofensiva contra o território palestino.
Segundo a líder da OLP, Netanyahu "perdeu o senso de realidade ao ignorar a ocupação, os massacres e os crimes de guerra" praticados por Israel.
Netanyahu afirmou nas Nações Unidas que "o combate ao Islã miliciano é indivisível" e que a "luta de Israel contra o Hamas não é apenas a nossa luta, mas também a luta de vocês".
"Ao afirmar que Hamas e Estado Islâmico são as duas faces da mesma moeda, Netanyahu busca misturar tudo. O Hamas é um movimento de libertação nacional palestino, enquanto o ocupante (israelense) é a fonte do mal e do terrorismo no mundo", disse o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.
O terceiro conflito em seis anos na Faixa de Gaza, onde vivem 1,8 milhão de palestinos, deixou mais de 2.200 mortos, a grande maioria civis.
Da tribuna das Nações Unidas, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, denunciou na sexta-feira passada o "genocídio" e a política israelense de "apartheid" contra os palestinos.